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quinta-feira, 18 de agosto de 2016


"Hoje em dia, comer como toda a gente é deitar mais uma gota para o copo. Pode não ser a nossa gota a fazer transbordar o copo, mas esse acto será repetido - em cada dia da nossa vida e talvez em cada dia da vida dos nossos filhos e dos filhos deles..." 

Há quase três meses decidi dar um passo em frente e eliminar da minha dieta qualquer consumo de carne. A verdade é que também não foi uma mudança brusca, do dia para a noite: quase sem dar por isso, já andava a preferir as saladas aos hambúrguers há muito tempo, muito influenciado pela minha mãe, que é vegetariana e nunca teme em divulgar as atrocidades desumanas que o ser humano comete... 

Porém, a ideia de tornar-me vegan - eliminar da dieta não só a carne mas tudo aquilo que tenha origem animal - parecia demasiado radical, algo para o qual não estava preparado, para já pelo menos. Prescindir do peixe e dos lácteos? Ainda estava a habituar-me ao leite de soja, quanto mais... Este livro foi um bom empurrão nesse sentido. Já que adaptei uma dieta vegetariana, vale a pena tentar ir um bocadinho mais além para não contribuir a muitas outras crueldades que, ao contrário do que pensava, chegam a ser tão más ou piores do que aquilo que é feito ao gado (alvos de experiências genéticas que os tornam estéreis e portadores de inúmeras doenças; galinhas confinadas a espaços mais pequenos do que uma folha A4, privadas de comida e luz; a pesca acidental de 26 quilos de outros seres marinhos por cada quilo capturado de camarão; as aves ditas criadas em liberdade quando na verdade partilham um espaço ao ar livre minúsculo com outras centenas; e etc, etc...). 

O autor deixa as coisas claras: não há ponta por onde se lhe pegue no que diz respeito à indústria agropecuária. Não é apenas um atentado aos animais. Também é um atentado disfarçado ao meio ambiente e à saúde pública. Vejam só esta pérola que descreve o que chega aos nossos pratos: 
"Além de deformações, as lesões oculares, a cegueira, as infecções bacterianas nos ossos, as vértebras deslocadas, a paralisia, as hemorragias internas, a anemia, as tendinites, as pernas e os pescoços torcidos, as doenças respiratórias e os sistemas imunitários enfraquecidos são problemas frequentes e duradouros na pecuária industrial. Estudos científicos e registos governamentais sugerem que praticamente todos (mais de 95%) os frangos desenvolvem infecções com E. coli (indicador de contaminação fecal) e entre 39 e 75% dos frangos à venda nas lojas continuam infectados." 

E este é só um pequeno exemplo, acreditem. Ao longo do livro, podemos ler coisas realmente perturbadoras... 

Li algures no Goodreads alguém a dizer que este livro devia ser lido por todos, não só vegetarianos, e não podia concordar mais. Inclusive, chegaria ao ponto de dizer que seria ainda mais importante que fosse lido por todos aqueles que queiram continuar a comer carne. Isso deve-se ao facto de que não apresenta o vegetarianismo como a única solução para o problema: está completamente em contra da pecuária industrial, mas isso não impede que o autor, mesmo sendo ele próprio vegetariano, defenda a pecuária tradicional, em que o bem estar animal está à frente do lucro. Aliás, o autor dá voz a diferentes pontos de vista, desde uma activista da PETA a donos de quintas tradicionais. 

Sem dúvida, Comer Animais não deixa indiferente a quem o lê mas neste caso o que resultar disso vai mais além de nós próprios.

Classificação: 5/5

domingo, 15 de junho de 2014

Não vibro com o futebol. Aliás, nunca o fiz, mesmo quando o meu país de origem ganhou alguns títulos a nível europeu e mundial. Ainda assim, respeito quem o faz desde que também respeitem o meu gosto pessoal, embora, precisamente por estar à margem de tal efeito, mantenha uma certa postura crítica em relação a alguns aspectos, postura essa que já expus neste post há dois anos e da qual já disse o que tinha a dizer.

Contudo, este pensamento que mantenho face à priorização deste desporto foi insuficiente para ficar indiferente à maioria dos comentários com os quais me deparei, nas redes sociais e não só, após a derrota recente da Espanha contra a Holanda pois extravasam completamente o contexto no qual se encontravam a um nível muito mais grave do que um simples gozo face ao resultado.

Mais além de um âmbito desportivo, muitos deles camuflavam um certo ódio ou rancor que, não só não faz justiça ao conceito de desportivismo (conceito que este tipo de campeonatos tende a citar constantemente), quanto mais à ideia de países vizinhos ou de aliados ibéricos. 

É bem sabido que a união faz a força pelo que, tendo vivido em Portugal desde os sete anos, entristece-me profundamente ver que ainda existem pessoas que teimam em ficar presas a factos que há muito ficaram oxidados nas páginas da História para justificar o seu nacionalismo exacerbado. Mais grave ainda é verificar que esses sentimentos tendem a surgir cada vez mais nas faixas etárias mais jovens, o que revela o enraizamento profundo destes sentimentos. No entanto, friso que igualmente condenável será no sentido inverso.

Felizmente (espero eu) este não será o comportamento geral, até porque tenho tido sorte em relação àqueles com os quais me tenho deparado ao longo destes anos e que fazem parte do meu círculo de amigos e conhecidos. Ainda assim, deixo aqui este meu pequeno desabafo para convidar à reflexão daqueles que vivem em qualquer um dos lados da fronteira.

sábado, 2 de março de 2013

Vulgar é um odor infecto que trepa às mais altas montanhas,
Um encalço corrupto cujas pegadas deixam vestígios
Que são levados pelo vento para as planícies.

Um palavreado de faz-de-conta que se repete
Intercalando orações sinónimas umas das outras
Num abismo de senhorios falaciosos
Que esmagam àqueles cujo poder arrendaram
Em tempos de democratismos condicionados.


**************


Já o disse Saramago:

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Pior do que infeliz, é móbil de vergonha observar alguns dos seres que tão evoluídos se auto intitulam a regredir continuamente no tempo, abraçando ideias e conceitos que, à sombra das aparências, se encontram baseadas na desigualdade, no ódio, na injustiça. 

São mentes surdas que não ouvem as vozes das vítimas do passado, clones no presente de um motor que deixa escoar lentamente gotas de óleo inquino em estradas pelas quais outros conduzem, estas vidas que acabam por sofrer os efeitos colaterais desse vácuo respeito. 

Em pleno século XXI, idade em que o mundo aclama fazer parte de uma aldeia global, em que muitos se deslocam sem fronteiras, não se compreendem certos nacionalismos exacerbados!

Em pleno século XXI, depois da 1ªGuerra Mundial, de uma 2ªGrande Guerra, de uma Guerra Fria, da Guerra do Golfo e da Guerra do Iraque (e muitas outras que a extensão destas linhas me obrigam a deixar passar sem pronunciar), qual é a explicação que se mantém erguida em redor dos milhares de corpos que tombam ensanguentados diariamente?

Em pleno século XXI, onde estão os valores embebidos na religião do respeito e amor ao próximo, onde está a liberdade, quando alguns são rotulados de proscritos?

Em pleno século XXI, ainda ninguém encontrou o tecido que devia vendar os olhos da Santa Justiça, aquela que já não empunha uma espada mas um envelope cujo conteúdo pesa na balança que segura na outra mão?

Em pleno século XXI, está para chegar o dia em que o Homo Sapiens Sapiens seja merecedor do seu título.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Existem palavras que saem frias apesar de não ser Inverno, quando um fogo incandescente queima o teu ser por dentro, como uma brecha num cristal gelado sob as águas da inconsciente consciência.
Lamento.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Uma sombra dança à beira-mar. Segue os meus passos ondulantes, sem deixar-se cessar face as adversidades da maré que tenta raptá-la para as profundezas do oceano bravo. 
Pegada à frente, pegada atrás, segue-me a minha protectora. 
Não consigo deixá-la à deriva neste mundo, perdida e abandonada sob os raios do astro rei. 
É uma fiel companheira, a minha sombra, portanto também confio nela. 
Assim, todas as noites, deixo-a fugir de livre vontade e adormeço tranquilo, sabendo que quando acordar, estará de regresso.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Sentir que a razão quer afastar alguém que o coração exige ter perto,
Sentir o desejo de cortar laços cujo tecido parte de nós próprios,
Abraçar facas de um só gume uma e outra vez...

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Um cântico assobiado vai soprando
Clamando a tragédia de quem vai morrendo estando vivo,
Penitenciários do poder que
De livre vontade são forçados a escolher
Numa espaçosa sala de espelhos,
Vassalos submissos de bobos feudais,
Marionetas de corsários que afundam os sonhos
De quem de adormecer já não é capaz.

domingo, 1 de julho de 2012

As pessoas queixam-se do desemprego e dos seus políticos, revoltam-se com tudo o que acontece no seu país, alguns sentem vergonha dele, mas a cada dois anos ocorre um estranho surto que afecta grande parte da população. E não, não é do calor do Verão.
É que, repentinamente, todos passam a mostrar orgulhosos a bandeira e a gritar em alto e bom som o nome da nação. Qual será o motivo de tão grande alteração?

Será a comemoração de um dia marcante na História Nacional?
Será algum festejo cultural? O aniversário da morte de um Nobel da Literatura, talvez?
Serão mudanças políticas que visam favorecer a igualdade? Hmm...
Serão celebrações de vitórias desportivas? Não exactamente... Só, mas mesmo só - e volto a fincar, SÓ -, aquelas vitórias do esférico a entrar na baliza adversária. Caso contrário, "não exageres".

No fim de contas, o propósito original do hino é ser cantado no início dos jogos pelos representantes máximos do país, certo? Estes 11 que somos todos nós, os "heróis da nação"...
E não se esqueçam: só nesta altura podemos tirar o pó da bandeira (entretanto guardada numa gaveta).

Enfim, isto para dizer que vencer o Euro ou o Mundial deve ser a prioridade que tira o sono às cabeças das pessoas. Basta ver o quanto influenciaram as vitórias da Espanha à sua política e economia, por exemplo, algo que apenas o futebol é capaz de fazer...

sábado, 14 de janeiro de 2012

São inúmeras as vezes que citamos, como se fosse uma lei universal e óbvia, que a liberdade de cada indíviduo é limitada apenas e unicamente quando essa mesma liberdade não se opõe à do próximo. No entanto, será que isto se verifica na sociedade em que vivemos?
O nosso quotidiano está repleto de imposições individuais. Talvez imposições inconscientes ou involuntárias, mas mesmo assim imposições, dado que tentam conduzir-nos numa dada corrente.
Existem vários exemplos que nem sequer requerem uma apresentação, uns mais particulares do que outros, desde superficialidades a factores mais relevantes e marcantes, mas todos eles reunem-se em comunhão com o velho provérbio de que "se não podes vencê-los, junta-te a eles". Ou pelo menos tenta disfarçar...
Afinal de contas, ser diferente deve ser mesmo um defeito. Caso contrário, partindo da premissa de que são sinceras quando apregoam que o direito à liberdade é um facto não propenso a discussão, não se justifica a existência dessa monstruosidade que é a discriminação, acto esse que pode chegar a ser tão subtil que não precisa sequer de palavras para ser notado. Apenas um ligeiro gesto ou virar de costas serve.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Lembro-me de um Natal, teria eu quatro ou cinco anos, em que queria um robô chamado Emilio. Tenho ainda a sua viva imagem na memória: branco, dois grandes olhos vermelhos num rectângulo preto, umas placas azul e vermelha na cabeça... O Emilio, afirmava o anúncio da televisão, fazia o que desejássemos: trazia-nos o lanche, arrumava o quarto...
Qual foi o meu espanto quando, depois do Pai Natal chegar e ir embora, desci para a minha casa (os meus pais, avisados da eminente chegada do homem de fato vermelho, levaram-me para a casa da nossa vizinha Mercedes, que morava um andar acima do nosso) e reparei que não era nada disso!
Afinal o Emilio era telecomandado... O quarto continuava a ter de ser arrumado por mim...

Uns anos mais tarde, recordo-me de desenvolver uma tese na minha cabeça de criança que explicava como é que o Pai Natal e os Reis Magos (em Janeiro) eram
capazes de entregar todos os presentes a todas as crianças do mundo numa só noite: graças aos seus poderes mágicos, conseguiam parar o tempo! Pois claro...

No 4ºano, quando começaram a surgir algumas dúvidas relativas à existência ou não destas soberanas figuras natalícias, pedi uma prova, pelo que recebi algo que, naquela altura, me pareceu irrefutável: no mesmo envelope doirado em que eu próprio a guardara  com um "Querido Pai Natal" escrito a tinta vermelha, encontrava-se a carta que escrevera no ano anterior. 

Não vale a pena tentar enganar-nos: para uma criança num entorno minimamente razoável, o Natal é, sobretudo, a altura do ano em que o Pai Natal traz os presentes que o recompensam pelo seu bom-comportamento ao longo do ano. Uma criança dificilmente pensa no que está para além do seu horizonte quotidiano...

Mas para alguém que cresceu, alguém cuja criança já só existe num cantinho do seu interior, o Natal possui significados diversos, diferentes consoante os trajectos. 
Alguns seguem estas festas como algo puramente religioso. Outros acham-no um momento em que a hipocrisia das pessoas atinge o seu auge, pois as acções de solidariedade tão características do Natal deviam ocorrer durante todos os dias do ano, não só quando está a acabar...

Se bem que reconheço alguma razão nesta última posição, em particular, para mim, o significado desta época deu uma volta de cento e oitenta graus, principalmente nestes dois últimos meros anos. O facto de ter ido estudar para a capital, a cerca de trezentos quilómetros da minha família, fez-me ver o Natal como uma oportunidade de estar em casa durante algumas semanas e descansar um pouco da atarefada vida da Faculdade, uma oportunidade para matar saudades e dedicar algum tempo a um que outro hobbie que ficou estacionado temporariamente, tentando sempre aproveitar o tempo da melhor forma.

Como disse num outro post, é verdade quando dizem que a vida faz-nos ver as coisas com outros olhos...

Sendo assim, resta-me dar a todos votos de Felizes Festas!

Às pequenas crianças, em cujos rostos vejo a ilusão e feliz inocência que qualquer criança devia ter o direito de possuir, espero que tenham sido boas e que o Pai Natal e os seus duendes vos tragam muitos presentes!
Aos outros, desejo que, seja qual for o significado que esta época tenha para vocês, tenham umas Felizes Festas ao pé daqueles que mais amam, partilhando o tempo com sorrisos e pondo de parte as tristezas, ajudando também, se possível, quem mais precise!

Bom Natal! ;)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Ninguém pode ser indiferente a esse desporto que move massas que é o futebol. Se não souberes dos últimos resultados dos jogos ou mesmo quem é o fulano tal que marcou tantos golos, é certo que ficas automaticamente habilitado a passar momentos a apanhar do ar, a ver o tempo passar enquanto um grupo troca impressões eufóricas sobre a última disputa. Existe sempre alguém que te irá dar mentalmente um rótulo após responderes que "não, não tenho nenhuma equipa preferida, não ligo muito ao futebol".

Todavia, no que se refere a conhecimentos básicos, o caso já muda de figura, claro. Aliás, se uma revista fizer uma vídeo reportagem sobre cultura geral a alguns estudantes do Ensino Superior, com questões tão simples como quem pintou a Mona Lisa ou o tecto da Capela Sistina, qual é a capital dos Estados Unidos ou o seu actual presidente, ou ainda qual é a fórmula química da água, os responsáveis serão condenados porque só mostraram as respostas erradas. E já vão com sorte se não tiverem que pagar também uma indemenização às vítimas que viram o seu nome manchado. Vá lá que graças a Deus estas estão dispostas a perdoá-los e a seguir em frente como antes.
Afinal, o objectivo da reportagem era acalmar a sociedade mostrando-lhe que dentro da Casa dos Degredos se encontra a única pessoa do país que pensa que a África é um país da América do Sul, certo?
Por outro lado, acredito que alguns dos entrevistados não tenham ido sequer verificar depois as respostas correctas. Para quê? O mini-quiz já passou...

Este é o tipo de ignorância à qual penso que o título da reportagem alude e que é mais preocupante: a ignorância, não de não saber, mas de não querer saber...
O certo é que a cultura geral é um factor que pode ser limitante, o que se pode revelar um grande impedimento nos dias que correm...

EDITADO: Se a revista Sábado pode ser acusada de mau jornalismo é porque apenas mostrou as respostas erradas e generalizou um universo inteiro de estudantes a partir de uma pequena amostra. Nisso estou de acordo.
Contudo penso que o mais preocupante aqui é o facto de que as reacções a esta reportagem tenham sido, na sua maioria, críticas aos jornalistas, sem pensar: "Ei, talvez o vídeo não esteja totalmente bem construído e o título não seja correcto, mas as pessoas que deram várias respostas erradas não são realmente algo incultas?". Porque não consigo perceber como é que alguém que chega ao Ensino Superior não sabe que a fórmula química da água é H2O (uma das entrevistadas até se desculpa a dizer que não teve nada disso no 10ºano...) ou pensa que a capital de Itália é Milão ou Veneza... É que são perguntas mesmo muito básicas...

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Pondo de lado o Bieber (-_-'), a letra e o vídeo não são um bocado, não sei, contraditórios?
Quer dizer, cantar:
"I don't want a lot for Christmas,
There is just one thing I need;
I don't care about the presents
Underneath the Christmas tree"

ao mesmo tempo que eles próprios compram tudo e mais alguma coisa num shopping... :S


domingo, 20 de novembro de 2011

Na sequência do resultado das eleições na Espanha, vêm-me à memória as seguintes palavras pronunciadas por José Saramago há alguns anos atrás:


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A cada dia que vou deixando atrás no tempo, a minha mente entra em mutação: o certo passa a ser incerto, os gostos alteram-se, as minhas ideias sobre o mundo modificam-se um pouco, a maneira de pensar passa a ter em conta outros factores até então invisíveis...
Dou por mim a verificar que o que fora um conceito definido desde há muito, preto sobre o branco, permuta em várias cores, transforma-se num cinzento intermédio, qual complexa realidade.

Eis o motivo pelo que aprendi a nunca dizer nunca.

domingo, 23 de outubro de 2011

As folhas deixaram de resistir
Ao forte vento que balanceia feroz os ramos,
Lágrimas geladas em suicidio desde o céu,
Cinzentas nuvens de Outono.


Alguns partem em refugio,
Outros abrigam-se nas esquinas sem tecto.
Alguns detêm o direito ao calor,
Outros o dever de um lugar ao relento.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

"You say that you love rain, but you open your umbrella when it rains.
You say that you love the sun, but you find a shadow spot when the sun shines.
You say that you love the wind, but you close your windows when wind blows.
This is why I am afraid, you say that you love me too."

William Shakespeare

quarta-feira, 13 de julho de 2011

30 de Novembro de 2001.

Um pequenote de apenas 9 anos feitos segue, como é o hábito do dia-a-dia, para a escola, onde pouco a pouco vai dando os primeiros passos na sua aprendizagem. Contudo, os 60 minutos do intervalo são aqueles que mais aguarda para estar na companhia dos amigos, para falar e brincar, trocar cromos de uma das colecções da Panini ou mesmo os tazos dos Pokémon que tem repetidos. Todavia, nessa tarde, existe um tema que se parece difundir por todos os cantos e paredes, algo acerca do qual todos estão a falar: um filme cujos livros estão a ter muito sucesso em todo o mundo, sobre um rapaz órfão e uma escola de magia... O título? "Harry Potter e a Pedra Filosofal".

No início do fim-de-semana, convence os pais a leva-lo ao cinema. Porém, uma multidão organizada em filas ocupa todo o piso da bilheteira, atingindo as escadas e parte do rés-do-chão, centenas de pessoas impacientes à espera da sua vez para comprar os seus bilhetes. Nas paredes vêm-se gigantescos pósters em tons de azul das personagens principais: um rapaz com óculos cujo nome dá título ao filme, uma rapariga com livros nos braços e um jovem ruivo, uma bruxa de vestes verdes-esmeraldas com o característico chapéu de bico na cabeça, um homem forte de casaco castanho, outro de rosto sombrio cujo cabelos oleosos são tão negros quanto a sua túnica e, por último, um sábio feiticeiro que lembra Merlin, com as suas longas barbas brancas e os seus óculos de meia-lua. Felizmente (e por pouco), ainda consegue obter bilhetes para uma das sessões do dia seguinte.

Assim sendo, por fim, no Domingo dia 2 de Dezembro à tarde, essa criança de 9 anos senta-se numa das muitas cadeiras da sala, olhos virados para o grande ecrã.

As luzes apagam-se.

Uma suave melodia começa a ouvir-se.

A magia vai começar.

O início de uma década.

terça-feira, 21 de junho de 2011

"(...) Não vou dizer que fracassar é divertido. Esse período da minha vida foi muito obscuro. (...)

Mas então porquê falo dos benefícios do fracasso? Simplesmente porque fracassar significa despir-se do supérfluo. Deixei de fazer de conta a mim própria que era outra pessoa diferente de mim mesma, e passei a direccionar toda a minha energia na conclusão do único trabalho que me era importante. Tivesse eu tido êxito em qualquer outra coisa e talvez nunca tivesse encontrado a determinação em ser bem sucedida na área a que acreditava pertencer realmente. Fui colocada em liberdade, porque o meu maior medo tinha-se concretizado e continuava viva (...). E assim o fundo do poço tornou-se numa base sólida na qual reconstrui a minha vida.

Poderás nunca falhar na escala em que eu o fiz, mas alguma derrota na vida é inevitável. É impossível viver sem falhar em qualquer coisa, a não ser que se viva com tamanha precaução que faça com que não se esteja a viver realmente, o que constitui em qualquer caso um fracasso. (...)"

J.K. Rowling, no seu discurso de formatura em Harvard (2008)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Em seguimento do anúncio da morte de Bin Laden, o que não faltam por aí são comentários... e que comentários que são alguns deles!
Se há coisa que a minha cabeça não compreende é como é que algumas pessoas repreendem plenamente os Estados Unidos pelo facto de ter sido morto, e não capturado vivo, sem direito a um julgamento, como prevêem os Direitos Humanos...

Julgamento!? Direitos Humanos!? Que julgamento aguardaria ao maior terrorista das últimas duas décadas? Pior: que direito alegaria possuir o supremo responsável pela morte de milhões e milhões de inocentes em atentados, que os inibiu da Vida?

Não tenho nenhum problema em dizê-lo: fiquei muito satisfeito com este ponto final definitivo na sua vida. Valia muito mais morto do que vivo. Pelo menos pelas suas próprias mãos, morto já não faz mal a ninguém de certeza...

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