quinta-feira, 18 de agosto de 2016


"Hoje em dia, comer como toda a gente é deitar mais uma gota para o copo. Pode não ser a nossa gota a fazer transbordar o copo, mas esse acto será repetido - em cada dia da nossa vida e talvez em cada dia da vida dos nossos filhos e dos filhos deles..." 

Há quase três meses decidi dar um passo em frente e eliminar da minha dieta qualquer consumo de carne. A verdade é que também não foi uma mudança brusca, do dia para a noite: quase sem dar por isso, já andava a preferir as saladas aos hambúrguers há muito tempo, muito influenciado pela minha mãe, que é vegetariana e nunca teme em divulgar as atrocidades desumanas que o ser humano comete... 

Porém, a ideia de tornar-me vegan - eliminar da dieta não só a carne mas tudo aquilo que tenha origem animal - parecia demasiado radical, algo para o qual não estava preparado, para já pelo menos. Prescindir do peixe e dos lácteos? Ainda estava a habituar-me ao leite de soja, quanto mais... Este livro foi um bom empurrão nesse sentido. Já que adaptei uma dieta vegetariana, vale a pena tentar ir um bocadinho mais além para não contribuir a muitas outras crueldades que, ao contrário do que pensava, chegam a ser tão más ou piores do que aquilo que é feito ao gado (alvos de experiências genéticas que os tornam estéreis e portadores de inúmeras doenças; galinhas confinadas a espaços mais pequenos do que uma folha A4, privadas de comida e luz; a pesca acidental de 26 quilos de outros seres marinhos por cada quilo capturado de camarão; as aves ditas criadas em liberdade quando na verdade partilham um espaço ao ar livre minúsculo com outras centenas; e etc, etc...). 

O autor deixa as coisas claras: não há ponta por onde se lhe pegue no que diz respeito à indústria agropecuária. Não é apenas um atentado aos animais. Também é um atentado disfarçado ao meio ambiente e à saúde pública. Vejam só esta pérola que descreve o que chega aos nossos pratos: 
"Além de deformações, as lesões oculares, a cegueira, as infecções bacterianas nos ossos, as vértebras deslocadas, a paralisia, as hemorragias internas, a anemia, as tendinites, as pernas e os pescoços torcidos, as doenças respiratórias e os sistemas imunitários enfraquecidos são problemas frequentes e duradouros na pecuária industrial. Estudos científicos e registos governamentais sugerem que praticamente todos (mais de 95%) os frangos desenvolvem infecções com E. coli (indicador de contaminação fecal) e entre 39 e 75% dos frangos à venda nas lojas continuam infectados." 

E este é só um pequeno exemplo, acreditem. Ao longo do livro, podemos ler coisas realmente perturbadoras... 

Li algures no Goodreads alguém a dizer que este livro devia ser lido por todos, não só vegetarianos, e não podia concordar mais. Inclusive, chegaria ao ponto de dizer que seria ainda mais importante que fosse lido por todos aqueles que queiram continuar a comer carne. Isso deve-se ao facto de que não apresenta o vegetarianismo como a única solução para o problema: está completamente em contra da pecuária industrial, mas isso não impede que o autor, mesmo sendo ele próprio vegetariano, defenda a pecuária tradicional, em que o bem estar animal está à frente do lucro. Aliás, o autor dá voz a diferentes pontos de vista, desde uma activista da PETA a donos de quintas tradicionais. 

Sem dúvida, Comer Animais não deixa indiferente a quem o lê mas neste caso o que resultar disso vai mais além de nós próprios.

Classificação: 5/5

domingo, 6 de março de 2016


O ano continua muito bem em termos de leituras, quer em qualidade, quer em quantidade, uma vez que consegui terminar mais 8 livros e apenas dois deles foram leituras com menos de 4 estrelas! 



Como já tinha dito no post de Janeiro, no início do ano comecei a ler Dom Quixote e finalmente terminei-o na primeira semana de Fevereiro! No geral foi uma leitura da qual gostei muito e que me deixou com algumas saudades das personagens do Cavaleiro da Triste Figura e do seu leal Sancho Panza. É certo que é uma leitura complexa, com muitas histórias secundárias que frequentemente colocam a história principal em segundo plano, o que, junto com a escrita, pode arrastá-la durante muito tempo, mas o facto de ter recorrido ao audiobook para várias partes do livro ajudou muito, visto que o narrador dava diferentes vozes às personagens.
Não ficou um dos meus clássicos favoritos, mas acho que deve ser lido ;)



Finalmente li este clássico que tenho na estante há anos (embora, aqui entre nós, tenha acabado por ler o ebook porque a edição física ficou em Portugal xD)!
O motivo pelo qual foi adiado tanto tempo foi tê-lo começado (e desistido) há muitos, muitos anos, ainda naqueles tempos obscuros em que não gostava de ler (medo!)... Até agora tinha ficado com a sensação de que era uma leitura lenta... mas não podia estar mais enganado! 
Entrei de imediato na história, a escrita do autor envolveu-me por completo e em nenhum momento achei que estivesse a ser aborrecido! Também não consegui deixar de imaginar as personagens do Planeta do Tesouro da Disney: embora com as diferenças óbvias, a adaptação mais futurista acaba por ser bastante fiel à obra original :P


Com a segunda parte recém lançada (divisões de livros dá nisto...), chegou a altura de ler a primeira metade do derradeiro final desta trilogia de fantasia que já se tornou uma das minhas favoritas.
Quando ocorrem divisões de livros, é habitual verificarmos que a primeira metade, como introdução à segunda parte, é mais parada, mas neste caso isso não acontece visto estar repleta de acção, jogos políticos, revelações e até um cliffhanger! Nem quero imaginar o que vem aí...



Depois de Dom Quixote, também tinha este pequeno conto do Cervantes escondido algures em casa à espera de ser lido mas, infelizmente, não gostei. A escrita é igualmente densa mas custou muito mais a entrar na história (apesar do reduzido tamanho). Por outro lado, a reviravolta no final pareceu muito forçada e caída do céu...



Lamento: continuo a não ser grande fã de Sherlock Holmes. Este era o último livro dele que tinha em casa por ler e, provavelmente, um dos casos mais interessantes e, se bem que no início parecia que ia gostar muito mais, lá para o meio do livro já estava novamente a desejar terminá-lo... 
Sem dúvida que a história não é nada previsível mas, ao contrário de Poirot, acho que as deduções de Sherlock dependem muito do acaso. As coisas mais banais podem dever-se a diversas razões mas ele tem a sorte de escolher sempre a correcta! Por outro lado, também não é uma personagem com a qual simpatize, principalmente desde um certo capítulo num outro livro em que, para provar aos presentes que a sua teoria acerca do uso de um veneno estava certa, decide recorrer a um método no mínimo questionável...


Como já devem saber, J.K. Rowling é a minha autora favorita. Admiro-a tanto como escritora como enquanto pessoa. Por isso, quando encontrei este livro por 3 euros, já com portes, na Amazon, não resisti!
Esta biografia, lançada quando o fenómeno Harry Potter ainda era algo muito recente, conta-nos em detalhe a história pessoal da escritora ao mesmo tempo que vai identificando pessoas, lugares e momentos que serviram de inspiração a certos aspectos do universo que ela criou. Está muito bem escrita e nota-se um bom trabalho de investigação por parte do autor.
Recomendo sem reservas a todos os Potterheads! Como complemento, fiquem a saber que este livro serviu de base ao telefilme Magic Beyond Words, que está disponível e legendado no YouTube ;)


Não há muito a dizer: mais uma vez, Agatha Christie constrói um crime que só a mente brilhante de Poirot é capaz de resolver... A nós, leitores, só nos resta, numa tentativa vã, suspeitar das personagens e dos seus motivos, embora quase sempre cheguemos ao fim completamente surpreendidos! 



Apesar de conhecer algumas das suas músicas mais famosas, nunca vi o filme ou a peça de teatro, pelo que não conhecia a história... Mas gostei bastante!
Sendo um clássico que decorre numa ópera pensava que ia ser uma leitura arrastada mas felizmente isso não aconteceu. A escrita do autor transportou-me de imediato a todo esse ambiente dos palcos, dos segredos que se escondem nos bastidores. Se bem que o casal protagonista seja algo plano, com o Fantasma temos uma personagem que aos poucos vai revelando toda a sua complexidade emocional. Isto, aliado ao véu de mistério sob o qual se esconde, torna-o numa personagem muito interessante.


Como viram, continuo com o bom ritmo de leituras com que iniciei o ano e com a vontade de ler clássicos... Esperemos que continue assim durante muito tempo! :P

E a vocês? Como correu o segundo mês de 2016?


domingo, 14 de fevereiro de 2016


Tenho visto esta tag em vários canais e blogs e achei que seria interessante respondê-la para conhecerem um pouco os meus gostos musicais :)
Não encontrei em português portanto tomei a liberdade de traduzir as categorias... fiquem à vontade para responder, se quiserem! :D

01 - Música favorita


02 - Música mais detestada


03 - Uma música que te entristece


Sempre que ouço esta música tenho pena da forma como desapareceu esta grande voz e, mais recentemente, a morte da filha em circunstâncias similares...

04 - Uma música que te faz lembrar alguém


Passo a explicar: quando vim morar a Portugal (tinha eu 6 anos), tive a sorte de que calhou que a minha professora na nova escola primária fosse espanhola. A Loly (esse era o seu nome) foi um grande pilar na minha adaptação e tornou-se de imediato numa grande amiga. Foi muito mais do que uma professora; pode dizer-se que se tornou parte da família, assim como as suas filhas. O contacto com ela ia muito além do tempo que passava na escola. Não há palavras para descrevê-lo. 
Ora, sendo ela espanhola aproveitava para de vez em quando dar umas aulas de espanhol à turma e foi nesse contexto que surgiu esta música. Lembro-me de cada um de nós ter uma fotocópia com a letra desta música, de cada um de nós ser o responsável por dar voz a um dos versos. Num dos últimos dias do 4ºano - os últimos antes da mudança para uma escola do 2ºciclo - fizemos-lhe uma surpresa: crianças e pais cantaram esta canção e, no fim, oferecemos-lhe um ramo de flores, no meio de muitos abraços.
Como disse, foi muito mais do que uma professora: continuamos a ver-nos frequentemente e ainda hoje somos amigos das suas filhas. Infelizmente, partiu alguns anos depois, vítima de cancro. Foi a primeira vez que senti na pele o que é perder alguém muito querido. Lembro-me perfeitamente do dia do funeral, de tudo o que senti e de todas as lágrimas... Foi como se tivesse partido um familiar muito próximo.
Dez anos depois, Loly continua na memória e duvido muito que alguma vez deixe de estar.   

05 - Uma música que te deixa feliz

06 - Uma música que te faz lembrar um momento específico


Sempre que ouço esta música vêm-me à mente um passeio que fizemos em família à Serra de Aracena, nomeadamente quando estávamos a passar de carro ao pé de um rio ao som desta música. Tinhamos ouvido nas notícias que havia neve mas quando lá chegamos... campos verdes!

 07 - Uma música cuja letra sabes de cor

08 - Uma música que te põe logo a dançar 

09 - Uma música que ajuda a adormeceres 

10 - Uma música de que gostas... mas é segredo!

11 - Uma música com a qual te identificas 

12 - Uma música de que gostavas mas que já não suportas 

Não sei porquê... Acho que tem a ver com a voz no refrão :s

13 - Uma música do teu álbum favorito 


Do álbum Confessions on a Dance Floor. Gosto particularmente desta actuação na tour por causa da coreografia com as mãos! 

14 - Uma música que sabes tocar ou gostavas de saber tocar em algum instrumento 


Não sei tocar nenhum instrumento mas adorava aprender a tocar piano *.*

15 - Uma música que já cantaste ou gostavas de cantar em público 

16 - Uma música que gostas de pôr no carro 

17 - Uma música da tua infância 


Também podia escolher qualquer música da Disney... mas este é um hino dos anos 90 :P

18 - Uma música que ninguém diria que gostas 


Simplesmente porque, como podem ver pelo resto das escolhas, não é o género de música que mais ouço :P

19 - Uma música para o teu casamento 

20 - Uma música para o teu funeral 

Quais seriam as vossas respostas? Estou curioso!


sábado, 6 de fevereiro de 2016


Partir para a leitura de calhamaços não costuma ser uma decisão tomada de ânimo leve. No geral não são leituras rápidas: acompanham-nos durante mais tempo, por vezes semanas ou meses, dependendo do ritmo de leitura e do quanto estejamos a gostar da obra em questão... Se o tal livro for um clássico, ainda ficamos mais de pé atrás e é assim que vão ficando nas estantes, a ganhar pó, à espera do momento certo. 

E acho que esse momento chegou.

Iniciei o ano com muita vontade de ler clássicos, com uma sensação de coragem para enfrentar os gigantes que tenho na estante, pelo que, como se costuma dizer, agarrei o touro pelos cornos e, logo no dia 1 de Janeiro, iniciei Dom Quixote, aquele livro que durante anos considerei o maior desafio da minha TBR e que sempre achei que só fosse ler num futuro longínquo... Já o terminei e a verdade é que acabei por gostar bastante: não foi assim tão mais complicado do que outros clássicos, embora reconheça que o audiobook tenha dado uma grande ajuda pois enriqueceu a experiência ao dar vozes reais às personagens, com as suas maneiras de falar próprias e dotadas de certa personalidade.

Findo Dom Quixote, a sede pelos clássicos não desapareceu. Muito pelo contrário: cresceu e quer ser saciada. É por isso que quero aproveitar o momentum e, desta forma, separei mais três grandes clássicos para serem lidos em cada um dos próximos três trimestres de 2016, embora as datas possam sofrer alterações:



Tudo o que tenha a ver com a Rússia chama automaticamente a minha atenção e isso inclui a sua literatura e, em particular, a obra de Tolstoi. Dele já li, há alguns anos, Anna Karenina (um dos meus clássicos favoritos) e, no fim do ano passado, A Morte de Ivan Ilitch. Guerra e Paz, um dos que veio parar a casa no Natal, era o próximo que tinha em mente, por uma parte motivado pela nova adaptação televisiva da BBC e por outra pelo projecto Lendo Guerra e Paz que está a decorrer no canal da Tatiana Feltrin, uma booktuber brasileira que acredito que já conheçam...




Todos os anos aguardo pelas férias de Verão para o ler e todos os anos terminam com o livro intacto... Sinto-me intimidado pela minha edição, oriunda dos tempos de juventude do meu pai, que tem a fonte de letra minúscula mas... adoro o musical (quer o original, quer o filme), logo o livro deve ser igualmente bom, se não melhor! Ora, deste ano não passa!




A minha primeira (e única) experiência com Jane Austen foi Emma e não correu muito bem. Desde então Orgulho e Preconceito tem sido vindo a ser adiado, apesar de muitas pessoas já me terem dito que é muito melhor do que Emma. Este Natal recebi uma edição ilustrada portanto já não há volta a dar: será que em 2016 faço as pazes com aquela que é um dos expoentes máximos da literatura inglesa?


Será este, portanto, o meu desafio literário para este ano. Tudo isto aliado, claro, a outras leituras mais leves (ou não...) que, de certeza, irão incluir outros clássicos.

Os vossos planos de leituras para este ano também incluem alguns destes clássicos ou outros calhamaços?


domingo, 31 de janeiro de 2016


Para tentar manter este espaço um pouco mais actualizado,  no final de cada mês irei falar-vos um pouco das leituras que fiz...

2016 começou bastante bem, com um total de 8 livros lidos, mais um tijolo da literatura que está em andamento desde o primeiro dia do ano.

Começando pelo tijolo, trata-se do Dom Quixote, o grande clássico da literatura espanhola. Era uma vergonha ainda não o ter lido... :P 
Apesar de ter a edição física, na verdade ando a ouvir principalmente o audiobook. É uma leitura bastante densa e ouvi-lo a ser narrado com certas diferenças nas vozes das personagens enriquece a experiência, já para não falar de que permite aproveitar melhor o tempo em que não dá para pegar num livro. Acredito que na primeira semana de Fevereiro consiga terminá-lo visto que apenas faltam perto de 200 páginas (das quase 900!).

Quanto às leituras concluídas, alguns são livros bem curtos (metade deles não chega às 100 páginas) e, no geral, foram boas leituras:


Depois de ler A Morte de Ivan Ilitch, de Tolstoi, no fim do ano passado, fiquei com sede de mais clássicos da literatura russa e, à procura lá por casa, acabei por encontrar alguns livros de uma colecção de pequenos relatos que o jornal espanhol El País fez há alguns anos. Um deles era este: Clara Mílich, de Ivan Turgueniev, que conta a história de um homem que sucumbe à paixão por uma jovem actriz quando é demasiado tarde...
É uma história que se lê bem, em questão de um par de horas, e acho que mostra claramente a diferença entre amor e obsessão.



E falando de obsessão... Brandon Sanderson é a minha última obsessão literária. Que capacidade de escrita tem este autor! Quero ler tudo o que este homem escreve! No ano passado, O Poço da Ascensão, o segundo volume da trilogia Mistborn, foi um dos meus livros favoritos e, depois disso, também gostei muito de Elantris, ambos no género da fantasia épica. Steelheart, o primeiro de uma trilogia, está mais virado para a fantasia YA e, se bem que não superou as altas expectativas, também foi uma boa leitura.
Mais do que fantasia, parecia um livro de super-heróis, só que neste caso são os vilões a possuir os superpoderes. Pelo meio acho que ficou um pouco monótono, perdendo assim o bom ritmo com que começou, mas a história não foi nada previsível e o mundo está construído ao pormenor, com uma imensidade de diferentes poderes e fraquezas. Aliás, a fraqueza do Steelheart, o super-vilão... Wow! 


Mal terminei Steelheart li, de uma rajada, esta curta novella que decorre entre o final do primeiro e o início do segundo volume. Ora aqui está um exemplo de como todas as novellas deviam ser: é curta mas enriquece o mundo criado! Adorei completamente! Aqui o autor presenteou-nos com um novo super-vilão, com um novo poder no mínimo interessante, a sua respectiva fraqueza e inclusive o seu background... Tudo isto em menos de 40 páginas! Há ainda uma breve referência ao que decerto servirá de ponto de partida ao segundo volume.

Este foi o outro dos livros que encontrei em casa da colecção do El País, também um livro da literatura russa. De Dostoievski já tinha lido há alguns anos O Jogador e, tal como aconteceu na altura, Noites Brancas também não me convenceu... Gostei da escrita mas a própria história não me satisfez, nomeadamente quanto ao desfecho. Ainda assim, ainda não é desta que desisto do autor: tenho o Crime e Castigo por ler.

Primeira grande desilusão do ano. Não me consegui ligar a nenhuma personagem e, no geral, achei a história - ou melhor dizendo, as várias histórias - pouco interessantes. Sinto que o autor podia ter explorado muito melhor a ideia das implicações de um desfecho alternativo da Segunda Guerra Mundial, nomeadamente no que ao anti semitismo diz respeito.



E se a leitura anterior foi a decepção, esta foi a primeira grande surpresa do ano! Sabendo o quão fã sou de Stephen King (tal como ela :P), a Joca, do little house of books, recomendou-me pessoalmente este pequeno livro de contos de terror e acertou em cheio!
Constituído por sete pequenas histórias repletas de elementos obscuros e macabros, cada uma delas tem como protagonista um habitante diferente do Vilarejo. Estas histórias podem ser lidas em qualquer ordem mas ao mesmo tempo encontram-se interligadas numa rede que vai sendo revelada aos poucos, à medida que vamos conhecendo certos episódios da vida das personagens.
Muito mais não posso dizer porque corro o risco de ser considerado spoiler... Mas leiam! Vale mesmo a pena! Uma leitura genial!

Com a nomeação da sua adaptação cinematográfica a quatro Óscares (incluindo o de Melhor Filme), quis ler o livro que lhe deu origem antes de ver o filme. O livro não me era totalmente desconhecido e até tinha ouvido boas opiniões mas até agora não estava na minha lista de prioridades...
O narrador desta história é Jack, uma criança de cinco anos que, junto com a mãe, vive literalmente preso num pequeno habitáculo a que chamam de Quarto, sem saber sequer que existe todo um mundo do outro lado da porta. Para ele, que nasceu no Quarto, o Quarto é a sua realidade. 
Foi uma leitura interessante que aborda um assunto complexo e que, em última análise, tem nuances de um ensaio acerca dos efeitos de crescer completamente isolado da sociedade e do que definimos como realidade. Por outro lado, ao vermos o mundo através dos olhos de Jack, frequentemente nos apercebemos de que coisas terríveis estão a acontecer sem que o próprio Jack saiba o que são, fruto da sua genuína inocência.
Ainda assim, pode dizer-se que foi uma leitura custosa, com um ritmo muito lento (nomeadamente na primeira parte). O facto de ser narrado por Jack implica que a escrita seja infantil, pelo que era fundamental que o livro tivesse sido melhor condensado.

A última leitura do mês foi uma agradável surpresa em termos de escrita. A autora foi capaz de me transportar de imediato para os vales da Islândia, local onde decorre esta história, e para o seu ambiente. A leitura fluiu com muita facilidade.
No entanto, gostava que a história tivesse sido mais desenvolvida, que fosse mais complexa... Não sei exactamente o quê, mas sinto que faltou algo que a tornasse verdadeiramente memorável, ao mesmo nível da excelente escrita. 

E foram estes os livros que andei a ler em Janeiro! 
Já leram ou querem ler algum deles? O que andaram a ler? Contem-me tudo nos comentários! ;) 

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015


Este ano foi, a nível pessoal, um ano de mudanças e isso reflectiu-se no meu ritmo de leitura, que diminuiu bastante em comparação a 2014. Ainda assim, com 61 livros lidos, sinto-me satisfeito, até porque não tive mais do que um par de más leituras e alguns desses livros foram verdadeiros tijolos (IT, de Stephen King, por exemplo... 1500 páginas!), Isso sim: ou estou a tornar-me mais exigente nas minhas classificações ou realmente houve poucos livros que o merecessem, mas de facto demorou imenso até dar as cinco estrelas. Aliás, as leituras deste ano com a classificação máxima contam-se com os dedos de uma mão e a minha classificação média foi de 3.6 estrelas aproximadamente.

Mas vamos ao que realmente interessa, não é? :P



Em 5ºlugar temos O Leitor, de Bernhard Schlink. Li este livro em questão de horas e cheguei ao fim sem saber exactamente o que pensar relativamente às personagens e à história. Só sabia que tinha encontrado a minha primeira leitura de 2015 merecedora das 5 estrelas. A seguir vi o filme, que inclusive venceu vários prémios, e é igualmente brilhante!


Em 4ºlugar está a minha estreia no género biográfico: Nicholas and Alexandra, de Robert K. Massie. Apaixonado como sou pela história dos últimos Romanov, já andava de olho neste livro há anos... É dos poucos livros que têm opinião no blog :P


No ano passado tinha lido e gostado do primeiro volume da trilogia Mistborn, mas só com este segundo volume, O Poço da Ascensão, que está em 3ºlugar neste TOP, é que me rendi à escrita de Brandon Sanderson e à forma como tece as suas intrigas políticas e personagens ao longo das mais de 600 páginas sem nunca perder o fôlego. É um autor que se está a tornar um dos meus favoritos no género da fantasia (entretanto já li Elantris) e em 2016 pretendo continuar a descobrir a sua obra.


Em 2ºlugar está aquela que é, sem dúvida, a maior surpresa do ano e também tem opinião no blog. Primeiro volume de uma trilogia, quando terminei The Queen of the Tearling, de Erika Johansen, sabia que tinha sido uma boa leitura mas só me apercebi do quanto adorei este livro com o decorrer dos dias, à medida que ia lendo outras opiniões e teorias. Entretanto já li o segundo, The Invasion of the Tearling, e também adorei. 
Em 2016 começará a ser editado pela Presença mas para quem quiser ler em inglês, fiquem a saber que o terceiro e último volume só sai em Novembro!


Kate Morton nunca desilude e o 1ºlugar dos meus livros favoritos do ano volta a ser dela. O Último Adeus é o seu mais recente lançamento e volta a trazer-nos a escrita deliciosa a que já nos habituou e um mistério que atravessa gerações. Não há muito mais a dizer: se ainda não leram nada desta autora... não sabem o que estão a perder!

Menções Honrosas: A Laranja Mecânica (Anthony Burgess), SAGA (‎Brian K. Vaughan, Fiona Staples), The Grownup (Gillian Flynn)

E pronto, estes foram os meus livros favoritos de 2015! Quais foram os vossos? :D

Resta-me desejar-vos um excelente 2016, com muita saúde, bons momentos e boas leituras!
Vemo-nos para o ano! ;)

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015


Em 2015 o blog esteve praticamente parado (e já nem falemos do canal...) mas se há posts que não podem faltar são aqueles onde se faz o balanço do ano que passou. Assim, como já é tradição neste cantinho, hoje, dia 30 de Dezembro é a data marcada para revelar os meus filmes favoritos do ano.

Em termos de Cinema, 2015 não foi um ano que primou pela quantidade de filmes vistos: apenas vi 22 filmes e desses 22 as novidades não chegaram a metade. Tenho verificado, aliás, aqui na minha folha do Excel, que a cada ano que passa, a minha lista de filmes por ver aumenta a olhos vistos mas que o número de filmes que efectivamente vejo é cada vez menor, o que é uma pena visto ser uma forma de arte que adoro :(

De qualquer forma, vejamos o lado positivo: foi mais fácil escolher os meus 5 filmes favoritos do ano ;)


Começamos o TOP 5 com Perdido em Marte. Pelo terceiro ano consecutivo (depois de Gravity em 2013 e Interstellar em 2014) tivemos um grande filme de ficção científica que se passa no Espaço a chegar ao grande ecrã. Adaptado de um livro de sucesso que não me tinha chamado muito a atenção até então (e que li pouco antes de ir ao cinema), a verdade é que é um grande filme, com uma boa história de sobrevivência e boas interpretações. Pessoalmente acho que é daqueles raros casos em que a adaptação cinematográfica supera o livro: é uma história que pede desesperadamente um meio visual.


Em 4ºlugar está Os Jogos da Fome: A Revolta - Parte 2, o capítulo final da distopia criada por Suzanne Collins. Já no ano passado disse isto, quando estreou a primeira parte: o que a priori parecia uma divisão desnecessária permitiu melhorar a forma como a história é contada e dar uma visão mais global do que está em jogo na luta contra o Capitólio. No fundo, permitiu limar as arestas que tornaram, na minha opinião, o respectivo livro numa desilusão. Não ficou perfeito mas ficou bem melhor.


No 3ºlugar encontramos Divertida-Mente, o primeiro dos dois filmes que a Pixar lançou este ano (sendo o outro The Good Dinosaur, ou A Viagem de Arlo... que ainda não vi). Mais uma vez, este estúdio de animação demonstra o porquê de ser, na actualidade, o melhor (junto com a Disney, é claro): consegue mexer connosco, independentemente da nossa idade.


Em 2ºlugar está Mundo Jurássico. Acreditam que só este ano é que vi o filme que deu início a esta franchise? Consigo perceber perfeitamente o motivo do seu sucesso e do seu legado mas ainda assim acho que gostei mais da mais recente adição à série: basicamente a mesma história mas adaptada à tecnologia e ao conhecimento de hoje em dia, com alguns easter eggs para despertar a nostalgia dos fãs do original. 



Sem quaisquer dúvidas, 2015 ficará marcado como o renascimento da saga intergaláctica. O Despertar da Força, o sétimo episódio da série e continuação dos acontecimentos narrados há 30 anos, quebrou todos os recordes de bilheteira e foi um sucesso global. Apesar de ter visto todos os filmes e gostar deles, não me considero nem de perto tão fã como a sua grande legião de seguidores mas nem isso fez com que o hype não me contagiasse e no fim-de-semana da estreia lá estava eu, na sala de cinema, pronto para ver o filme. Não consegui evitar os spoilers mas isso não destruiu a experiência. Com novas personagens, o regresso de velhas caras conhecidas e certos paralelos com os eventos do filme original, este é um filme a não perder e, para mim, o melhor filme de 2015.

Concordam com as minhas escolhas? Quais foram os vossos filmes favoritos do ano?
Não se esqueçam de voltar amanhã para despedir 2015 com o balanço das melhores leituras do ano! ;)

sexta-feira, 16 de outubro de 2015


A ser editado brevemente em Portugal pela Editorial Presença.

Sinopse:

Kelsea Glynn is the sole heir to the throne of Tearling but has been raised in secret by foster parents after her mother – Queen Elyssa, as vain as she was stupid – was murdered for ruining her kingdom. For 18 years, the Tearling has been ruled by Kelsea’s uncle in the role of Regent however he is but the debauched puppet of the Red Queen, the sorceress-tyrant of neighbouring realm of Mortmesme. On Kelsea’s 19th birthday, the tattered remnants of her mother’s guard - each pledged to defend the queen to the death - arrive to bring this most un-regal young woman out of hiding...
And so begins her journey back to her kingdom’s heart, to claim the throne, earn the loyalty of her people, overturn her mother’s legacy and redeem the Tearling from the forces of corruption and dark magic that are threatening to destroy it. But Kelsea's story is not just about her learning the true nature of her inheritance - it's about a heroine who must learn to acknowledge and live with the realities of coming of age in all its insecurities and attractions, alongside the ethical dilemmas of ruling justly and fairly while simply trying to stay alive...

Opinião:

Houve algum hype em redor deste livro aquando da sua publicação há dois anos. Mesmo antes do seu lançamento, fora anunciado que os direitos para a sua adaptação ao cinema já tinham sido vendidos e que a actriz Emma Watson iria interpretar a protagonista. Aliás, a própria actriz já tinha lido o livro e podemos ler um breve comentário seu na contracapa a elogiá-lo.
No entanto, os responsáveis pelo departamento de marketing acharam por bem esticar a corda e vendê-lo como uma mistura de Game of Thrones com Os Jogos da Fome, como se as expectativas já não fossem muitas...
Quando finalmente foi publicado, verificou-se um efeito contrário ao desejado: as críticas iniciais não foram nada favoráveis. Os leitores sentiram-se defraudados - tem um ritmo lento e não tem nada a ver com Game of Thrones, muito menos com Os Jogos da Fome! -; o hype morreu à mesma velocidade com que nascera. A minha vontade de lê-lo diminuiu drasticamente, mas ainda assim não saiu da eterna lista dos livros que, eventualmente, quero ler. Dois anos depois, e com o segundo volume da trilogia já publicado, a classificação média no Goodreads aumentou algumas décimas e, neste momento, mantém-se em 3.97 estrelas em 5. Há três semanas, quando encontrei, por acaso, um exemplar do livro numa livraria, soube que tinha chegado o momento.

Acredito piamente que o facto de ter partido para a sua leitura sem expectativas nenhumas e sem saber quase nada da história tenha contribuído imenso para que me surpreendesse pela positiva. É verdade que tem um ritmo lento, sem muita acção, mas também é verdade que foi uma leitura que me prendeu desde a primeira página e que me agradou imenso.

Numa altura em que o mercado da fantasia está dominado pelos triângulos amorosos, é sempre uma lufada de ar fresco encontrar novos lançamentos dentro do género com um teor mais sério e adulto. Não estou a dizer que este seja caso único nem o melhor, mas gosto quando temos personagens fortes, sem medo de tomar decisões difíceis, que saem dos moldes dos protagonistas sexys e que não fazem do romance uma prioridade. Se a isto aliarmos um mundo medieval que, ao mesmo tempo, está situado no futuro, e intrigas políticas... como não ficar, no mínimo, curioso?

A escrita de Johansen é clara e directa, sem floreados. Porém, mede minuciosamente aquilo que revela. Aliás, este primeiro livro da trilogia é caracterizado por colocar um véu sobre o seu mundo que promete ser revelado aos poucos, colocando muitas questões e respondendo a poucas de modo a deixar em aberto a intriga nos próximos volumes.

O único defeito que tenho a apontar será precisamente esse: o facto deste primeiro volume ter, definitivamente, o único propósito de servir de introdução para uma história que ainda agora começou a ser contada, o que, aliado à ausência de acção e ao pouco vislumbre que temos da magia, poderá afastar os leitores que estavam à espera de algo diferente. Como standalone, este livro não me teria preenchido as medidas, mas felizmente há uma história com um grande potencial à espera de ser descoberta.

The Queen of the Tearling, a ser editado em breve pela Editorial Presença, é, sem dúvida, daqueles livros que divide: a maioria, ou fica rendido ou detesta. Pessoalmente fico feliz de ter aguardado dois anos para lê-lo sem quaisquer expectativas e poder dizer que faço parte do primeiro grupo. A espera compensou.

Classificação: 4/5

sábado, 3 de outubro de 2015


Hoje venho responder a uma tag criada pelos blogs O Meu Reino da Noite, Words à la Carte e As Cenas do Tio que serve para provar que somos mesmo verdadeiros livrólicos! :P

1. O primeiro livro/colecção que te vem à cabeça

Harry Potter! (Vou fazer de conta que não sabiam já a resposta :P)

2. Um livro que dizes a todos para não ler 

Mesmo que não goste de um livro, é muito raro dizer que definitivamente não devem ler porque não há duas pessoas com exactamente os mesmos gostos. No entanto, O Quinto Evangelho, de Philipp Vandenberg, foi tão mau, tão mau... Provavelmente o pior livro que alguma vez li! Não tem um ponto positivo sequer!

3. O livro mais caro e o livro mais barato que tens (oferecidos não contam) 

Acho que o livro mais caro que tenho é o Harry Potter Page to Screen, que custou cerca de 40 euros, e o mais barato deve ser o Encantamento, de Alice Hoffman, que custou 1,50 euros...

4. Conto de fadas favorito

Dos poucos contos de fadas que já li, o meu preferido é A Bela e o Monstro que é, aliás, também o meu filme favorito da Disney, juntamente com O Rei Leão ;)

5. Top 3 das tuas personagens favoritas (sejam principais ou não)

Hermione Granger, Albus Dumbledore e, para sair da saga HP, Tyrion Lannister :P

6. Top 3 das personagens que menos gostaste (sejam principais ou não)

Provavelmente existem outras de que não gostei, mas estas são as mais célebres: Bella (Twilight), Sherlock Holmes (não gosto nem do seu método nem da sua personalidade... mas gosto dos filmes!) e, definitivamente, Jace (Os Instrumentos Mortais)!

7. Top 3 de lugares que existem só em livros que gostarias de visitar

Hogwarts (obviously), Oz e Neverland!

8. Uma personagem que trarias à vida real

Dumbledore! Seria muito interessante ter uma conversa com ele...

9. Um livro que te fez feliz

Mais uma vez: Harry Potter!

10. Um livro que te fez chorar

Marley e Eu... Too relatable :'(

11. Um livro que te fez pensar

1984, de George Orwell!

12. Um livro que te fez rir

Weird Things Customers Say in Bookshops, de Jen Campbell... Há cada situação! :P

13. Pior adaptação cinematográfica de um livro

Anjos e Demónios, de Dan Brown... É um dos meus livros favoritos mas sou incapaz de rever o filme!

14. Livro(s) que vais ter que reler

Além de Harry Potter (que já reli imensas vezes), quero reler o Misery, de Stephen King (que foi o meu primeiro livro do autor e que é, até à data, o meu livro favorito dele), o Anjos e Demónios (será que mudo de opinião com uma releitura?) e Os Pilares da Terra, de Ken Follett.

15. Um livro que te vez voltar uma página atrás devido ao choque

A Glória dos Traidores, o sexto volume/segunda metade do terceiro livro das Crónicas de Gelo e Fogo... George R. R. Martin tem um trauma com casamentos, só pode...

16. Um livro que aches que esteja incompleto

Sem dúvida, The Giver, de Lois Lowry... Se tivesse sido um pouco mais desenvolvido no final seria um livro perfeito!

17. Um livro com um final inesperado

Não estava nada à espera do final dO Poço da Ascensão, o segundo volume da trilogia Mistborn de Brandon Sanderson...

18. Um livro que terminou num cliffhanger

Os Reinos do Caos/A Dance With Dragons, o último volume publicado até o momento das Crónicas de Gelo e Fogo... Os Ventos de Inverno nunca mais chega! :s

19. Um livro com um final de arrancar cabelos

Neste caso é ainda pior por tratar-se do final da saga: Amanhecer! Não que estivesse a gostar do resto do livro mas quase todo ele à espera de uma batalha supostamente épica e afinal...

20. Uma citação importante

“It is impossible to live without failing at something, unless you live so cautiously that you might as well not have lived at all - in which case, you fail by default.”
J.K.Rowling no discurso feito em Harvard e republicado na forma de livro em Very Good Lives.


21. Uma música perfeita para ler

Qualquer uma das bandas sonoras dos filmes de Harry Potter!

(Um dia vou descobrir uma tag em que não responda com Harry Potter... Hoje não foi o dia! :P) 

terça-feira, 22 de setembro de 2015


Mais uma tag em atraso, desta vez dedicada a todos os Potterheads!
O Turtix (obrigado!) tagueou-me para responder a seis questões criadas por Lauren Fairweather que estão relacionadas com o impacto que a saga Harry Potter teve nas nossas vidas... Ora vejam:

1. Harry Potter mudou-te de alguma maneira como pessoa? Se sim, como?

Sem dúvida. Não foi só o pilar do meu gosto pela leitura ou o facto de ter contribuído no ensinamento de valores importantíssimos como a amizade, a igualdade, o sacrifício ou o respeito pelos outros apesar das diferenças... 
Sempre fui uma pessoa muito tímida, introvertida e com alguma dificuldade em conseguir integrar-me pelo facto da minha personalidade e dos meus gostos diferirem ao que é habitual, algo que serviu para que terceiros fizessem de uma parte da minha adolescência uma fase longe do memorável. No entanto (e obviamente sobra dizer que não foi apenas Harry Potter), esta saga esteve sempre lá, nesses momentos mais duros. Contribuiu para tornar essa fase um pouco mais suportável e influenciou a minha auto-estima (algo de que não me apercebi na altura). Pouco a pouco fui aprendendo a aceitar-me tal como sou, a dar-me valor a mim próprio, a não ligar ao que os outros possam pensar de mim e a não ter medo de mostrar a minha opinião acerca de certos assuntos. Vejam a Hermione ou o Neville: quem conseguiria prever o seu desenvolvimento no início do primeiro volume? 

2. Já fizeste algum amigo por causa do Harry Potter?

Já! Em 2006 criei um blog de notícias do Harry Potter, o HPImagens (que tenho orgulho de dizer que se tornou um dos principais blogs sobre a saga em Portugal :P). Ora, através do blog conheci algumas pessoas que entretanto entraram para a equipa, entre elas a Luana que, posteriormente, tive a oportunidade de conhecer pessoalmente quando fui estudar para Lisboa. Foi inclusive com ela que fui à estreia dos últimos dois filmes (ai, as memórias :')) e hoje em dia é uma das pessoas que considero uma grande amiga :D

3. Qual é a coisa mais importante que aprendeste com os livros de Harry Potter?

Além do respondido na primeira questão, uma lição a retirar dos livros e que considero muito importante é o facto de que, às vezes, não devemos julgar as pessoas somente pelas suas acções, mas também pelos seus motivos.

4. Qual a personagem que mais te inspira? Porquê? 

Quando comecei a escrever este post pensava que a minha resposta a esta pergunta ia ser, claramente, a Hermione. É uma personagem fiel aos seus ideais, amiga dos seus amigos, forte, independente e determinada. Sem dúvida, uma das melhores personagens femininas na Literatura.
Porém, após ter respondido à primeira questão (fez-me pensar mais do que estava à espera!), estou a ver que, inconscientemente, o Neville também é uma personagem que me inspira, uma vez que passou de ser quase um zé-ninguém a possuir uma confiança e coragem extremamente notável, ditadas pelo seu papel fundamental no último livro. Isso é que evoluir enquanto personagem!

5. Já alguma vez criaste algo inspirado nos livros? 

Como referi na segunda questão, em 2006 criei um blog de notícias do Harry Potter que esteve activo até início de 2012, embora em 2010 passasse a ser administrado por outras pessoas que entretanto tinham entrado na equipa.
Além disso, já criei alguns marcadores, wallpapers ou outros tipos de fan-art, mas nada de especial, tudo com Photoshop :P

6. Diz algo bom que tenhas feito que nunca teria acontecido sem o Harry Potter.

Sinto que não estou a ser muito original, mas duvido muito que gostasse de ler se não fosse o Harry Potter. Isto parece algo simples mas já pararam para pensar o que significa? 
Significa que não teria descoberto outros autores como Stephen King, Agatha Christie, Ken Follett ou Carlos Ruíz Zafón. 
Significa que nunca teria lido livros em inglês (o último livro foi a minha primeira leitura nesse idioma). 
Significa que nunca teria lido clássicos como Anna Karenina ou Jane Eyre. 
Significa que, provavelmente, teria lido apenas os resumos das leituras obrigatórias e, consequentemente, não teria descoberto a minha paixão pela escrita de Saramago.
Acima de tudo, significa que este blog não existiria e que não teria conhecido muitas pessoas que partilham o seu amor pelos livros :)

quarta-feira, 9 de setembro de 2015


Depois da minha longa ausência, não é surpresa para ninguém que tenha várias tags em atraso e a primeira vem mesmo a calhar porque está relacionada com o tempo...
Falo-vos da tag Livros do Século XX que, como o próprio nome indica, consiste em seleccionarmos livros que tenham sido publicados ou que se passem durante o século passado, nomeadamente um por cada uma das décadas. Foi criada pelo canal Words Of a Reader e traduzida pela Mell Ferraz mas na verdade fui tagueado pela Joca do canal Little House of Books em Janeiro (obrigado! E sim, eu sei... estou muito atrasado xD)!

Vamos então às minhas respostas?


1900s: O Feiticeiro de Oz (1900)


    10s: A Queda dos Gigantes


Sendo o primeiro volume da trilogia O Século (que é uma leitura obrigatória para os fãs da ficção histórica!), grande parte da acção decorre nesta década.


20s: O Estranho Caso de Benjamin Button (1922)



30s: As Dez Figuras Negras (1939)


O meu livro favorito de Agatha Christie!

40s: O Principezinho (1940)



50s: Eu, Robot (1950)



60s: 2001: Odisseia no Espaço (1968)


Não sou nada fã do filme de Stanley Kubrick devido ao quão, quão lento é (só os que já viram pelo menos parte do filme têm noção...), apesar de ser considerada uma das maiores obras da História do Cinema (e até compreendo), mas o livro... Contra todas as expectativas, até o li rápido e gostei bastante :D
Curiosidade: o livro foi publicado após o filme mas na verdade foram desenvolvidos em conjunto!


70s: A Luz (1977)


Mais conhecido pelo seu título original, The Shining, e, talvez, pela sua adaptação ao cinema, também pelas mãos de Stanley Kubrick, este é considerado por muitos um dos melhores livros de Stephen King mas, pessoalmente, está longe de constar entre os meus favoritos (tem opinião no blog, se quiserem saber mais).

80s: Os Pilares da Terra (1989)


Sem dúvida que Ken Follett é um dos grandes mestres do romance histórico... À semelhança da trilogia O Século, este também é um must para os fãs do género e um dos meus livros favoritos de sempre! Em Portugal foi dividido em dois volumes e já foi adaptado ao pequeno ecrã numa mini-série da Starz.

90s: Ensaio sobre a Cegueira (1995)


"Penso que não cegámos, penso que estamos cegos (...) Cegos que, vendo, não vêem."



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