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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015


Este ano foi, a nível pessoal, um ano de mudanças e isso reflectiu-se no meu ritmo de leitura, que diminuiu bastante em comparação a 2014. Ainda assim, com 61 livros lidos, sinto-me satisfeito, até porque não tive mais do que um par de más leituras e alguns desses livros foram verdadeiros tijolos (IT, de Stephen King, por exemplo... 1500 páginas!), Isso sim: ou estou a tornar-me mais exigente nas minhas classificações ou realmente houve poucos livros que o merecessem, mas de facto demorou imenso até dar as cinco estrelas. Aliás, as leituras deste ano com a classificação máxima contam-se com os dedos de uma mão e a minha classificação média foi de 3.6 estrelas aproximadamente.

Mas vamos ao que realmente interessa, não é? :P



Em 5ºlugar temos O Leitor, de Bernhard Schlink. Li este livro em questão de horas e cheguei ao fim sem saber exactamente o que pensar relativamente às personagens e à história. Só sabia que tinha encontrado a minha primeira leitura de 2015 merecedora das 5 estrelas. A seguir vi o filme, que inclusive venceu vários prémios, e é igualmente brilhante!


Em 4ºlugar está a minha estreia no género biográfico: Nicholas and Alexandra, de Robert K. Massie. Apaixonado como sou pela história dos últimos Romanov, já andava de olho neste livro há anos... É dos poucos livros que têm opinião no blog :P


No ano passado tinha lido e gostado do primeiro volume da trilogia Mistborn, mas só com este segundo volume, O Poço da Ascensão, que está em 3ºlugar neste TOP, é que me rendi à escrita de Brandon Sanderson e à forma como tece as suas intrigas políticas e personagens ao longo das mais de 600 páginas sem nunca perder o fôlego. É um autor que se está a tornar um dos meus favoritos no género da fantasia (entretanto já li Elantris) e em 2016 pretendo continuar a descobrir a sua obra.


Em 2ºlugar está aquela que é, sem dúvida, a maior surpresa do ano e também tem opinião no blog. Primeiro volume de uma trilogia, quando terminei The Queen of the Tearling, de Erika Johansen, sabia que tinha sido uma boa leitura mas só me apercebi do quanto adorei este livro com o decorrer dos dias, à medida que ia lendo outras opiniões e teorias. Entretanto já li o segundo, The Invasion of the Tearling, e também adorei. 
Em 2016 começará a ser editado pela Presença mas para quem quiser ler em inglês, fiquem a saber que o terceiro e último volume só sai em Novembro!


Kate Morton nunca desilude e o 1ºlugar dos meus livros favoritos do ano volta a ser dela. O Último Adeus é o seu mais recente lançamento e volta a trazer-nos a escrita deliciosa a que já nos habituou e um mistério que atravessa gerações. Não há muito mais a dizer: se ainda não leram nada desta autora... não sabem o que estão a perder!

Menções Honrosas: A Laranja Mecânica (Anthony Burgess), SAGA (‎Brian K. Vaughan, Fiona Staples), The Grownup (Gillian Flynn)

E pronto, estes foram os meus livros favoritos de 2015! Quais foram os vossos? :D

Resta-me desejar-vos um excelente 2016, com muita saúde, bons momentos e boas leituras!
Vemo-nos para o ano! ;)

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015


Em 2015 o blog esteve praticamente parado (e já nem falemos do canal...) mas se há posts que não podem faltar são aqueles onde se faz o balanço do ano que passou. Assim, como já é tradição neste cantinho, hoje, dia 30 de Dezembro é a data marcada para revelar os meus filmes favoritos do ano.

Em termos de Cinema, 2015 não foi um ano que primou pela quantidade de filmes vistos: apenas vi 22 filmes e desses 22 as novidades não chegaram a metade. Tenho verificado, aliás, aqui na minha folha do Excel, que a cada ano que passa, a minha lista de filmes por ver aumenta a olhos vistos mas que o número de filmes que efectivamente vejo é cada vez menor, o que é uma pena visto ser uma forma de arte que adoro :(

De qualquer forma, vejamos o lado positivo: foi mais fácil escolher os meus 5 filmes favoritos do ano ;)


Começamos o TOP 5 com Perdido em Marte. Pelo terceiro ano consecutivo (depois de Gravity em 2013 e Interstellar em 2014) tivemos um grande filme de ficção científica que se passa no Espaço a chegar ao grande ecrã. Adaptado de um livro de sucesso que não me tinha chamado muito a atenção até então (e que li pouco antes de ir ao cinema), a verdade é que é um grande filme, com uma boa história de sobrevivência e boas interpretações. Pessoalmente acho que é daqueles raros casos em que a adaptação cinematográfica supera o livro: é uma história que pede desesperadamente um meio visual.


Em 4ºlugar está Os Jogos da Fome: A Revolta - Parte 2, o capítulo final da distopia criada por Suzanne Collins. Já no ano passado disse isto, quando estreou a primeira parte: o que a priori parecia uma divisão desnecessária permitiu melhorar a forma como a história é contada e dar uma visão mais global do que está em jogo na luta contra o Capitólio. No fundo, permitiu limar as arestas que tornaram, na minha opinião, o respectivo livro numa desilusão. Não ficou perfeito mas ficou bem melhor.


No 3ºlugar encontramos Divertida-Mente, o primeiro dos dois filmes que a Pixar lançou este ano (sendo o outro The Good Dinosaur, ou A Viagem de Arlo... que ainda não vi). Mais uma vez, este estúdio de animação demonstra o porquê de ser, na actualidade, o melhor (junto com a Disney, é claro): consegue mexer connosco, independentemente da nossa idade.


Em 2ºlugar está Mundo Jurássico. Acreditam que só este ano é que vi o filme que deu início a esta franchise? Consigo perceber perfeitamente o motivo do seu sucesso e do seu legado mas ainda assim acho que gostei mais da mais recente adição à série: basicamente a mesma história mas adaptada à tecnologia e ao conhecimento de hoje em dia, com alguns easter eggs para despertar a nostalgia dos fãs do original. 



Sem quaisquer dúvidas, 2015 ficará marcado como o renascimento da saga intergaláctica. O Despertar da Força, o sétimo episódio da série e continuação dos acontecimentos narrados há 30 anos, quebrou todos os recordes de bilheteira e foi um sucesso global. Apesar de ter visto todos os filmes e gostar deles, não me considero nem de perto tão fã como a sua grande legião de seguidores mas nem isso fez com que o hype não me contagiasse e no fim-de-semana da estreia lá estava eu, na sala de cinema, pronto para ver o filme. Não consegui evitar os spoilers mas isso não destruiu a experiência. Com novas personagens, o regresso de velhas caras conhecidas e certos paralelos com os eventos do filme original, este é um filme a não perder e, para mim, o melhor filme de 2015.

Concordam com as minhas escolhas? Quais foram os vossos filmes favoritos do ano?
Não se esqueçam de voltar amanhã para despedir 2015 com o balanço das melhores leituras do ano! ;)

sexta-feira, 16 de outubro de 2015


A ser editado brevemente em Portugal pela Editorial Presença.

Sinopse:

Kelsea Glynn is the sole heir to the throne of Tearling but has been raised in secret by foster parents after her mother – Queen Elyssa, as vain as she was stupid – was murdered for ruining her kingdom. For 18 years, the Tearling has been ruled by Kelsea’s uncle in the role of Regent however he is but the debauched puppet of the Red Queen, the sorceress-tyrant of neighbouring realm of Mortmesme. On Kelsea’s 19th birthday, the tattered remnants of her mother’s guard - each pledged to defend the queen to the death - arrive to bring this most un-regal young woman out of hiding...
And so begins her journey back to her kingdom’s heart, to claim the throne, earn the loyalty of her people, overturn her mother’s legacy and redeem the Tearling from the forces of corruption and dark magic that are threatening to destroy it. But Kelsea's story is not just about her learning the true nature of her inheritance - it's about a heroine who must learn to acknowledge and live with the realities of coming of age in all its insecurities and attractions, alongside the ethical dilemmas of ruling justly and fairly while simply trying to stay alive...

Opinião:

Houve algum hype em redor deste livro aquando da sua publicação há dois anos. Mesmo antes do seu lançamento, fora anunciado que os direitos para a sua adaptação ao cinema já tinham sido vendidos e que a actriz Emma Watson iria interpretar a protagonista. Aliás, a própria actriz já tinha lido o livro e podemos ler um breve comentário seu na contracapa a elogiá-lo.
No entanto, os responsáveis pelo departamento de marketing acharam por bem esticar a corda e vendê-lo como uma mistura de Game of Thrones com Os Jogos da Fome, como se as expectativas já não fossem muitas...
Quando finalmente foi publicado, verificou-se um efeito contrário ao desejado: as críticas iniciais não foram nada favoráveis. Os leitores sentiram-se defraudados - tem um ritmo lento e não tem nada a ver com Game of Thrones, muito menos com Os Jogos da Fome! -; o hype morreu à mesma velocidade com que nascera. A minha vontade de lê-lo diminuiu drasticamente, mas ainda assim não saiu da eterna lista dos livros que, eventualmente, quero ler. Dois anos depois, e com o segundo volume da trilogia já publicado, a classificação média no Goodreads aumentou algumas décimas e, neste momento, mantém-se em 3.97 estrelas em 5. Há três semanas, quando encontrei, por acaso, um exemplar do livro numa livraria, soube que tinha chegado o momento.

Acredito piamente que o facto de ter partido para a sua leitura sem expectativas nenhumas e sem saber quase nada da história tenha contribuído imenso para que me surpreendesse pela positiva. É verdade que tem um ritmo lento, sem muita acção, mas também é verdade que foi uma leitura que me prendeu desde a primeira página e que me agradou imenso.

Numa altura em que o mercado da fantasia está dominado pelos triângulos amorosos, é sempre uma lufada de ar fresco encontrar novos lançamentos dentro do género com um teor mais sério e adulto. Não estou a dizer que este seja caso único nem o melhor, mas gosto quando temos personagens fortes, sem medo de tomar decisões difíceis, que saem dos moldes dos protagonistas sexys e que não fazem do romance uma prioridade. Se a isto aliarmos um mundo medieval que, ao mesmo tempo, está situado no futuro, e intrigas políticas... como não ficar, no mínimo, curioso?

A escrita de Johansen é clara e directa, sem floreados. Porém, mede minuciosamente aquilo que revela. Aliás, este primeiro livro da trilogia é caracterizado por colocar um véu sobre o seu mundo que promete ser revelado aos poucos, colocando muitas questões e respondendo a poucas de modo a deixar em aberto a intriga nos próximos volumes.

O único defeito que tenho a apontar será precisamente esse: o facto deste primeiro volume ter, definitivamente, o único propósito de servir de introdução para uma história que ainda agora começou a ser contada, o que, aliado à ausência de acção e ao pouco vislumbre que temos da magia, poderá afastar os leitores que estavam à espera de algo diferente. Como standalone, este livro não me teria preenchido as medidas, mas felizmente há uma história com um grande potencial à espera de ser descoberta.

The Queen of the Tearling, a ser editado em breve pela Editorial Presença, é, sem dúvida, daqueles livros que divide: a maioria, ou fica rendido ou detesta. Pessoalmente fico feliz de ter aguardado dois anos para lê-lo sem quaisquer expectativas e poder dizer que faço parte do primeiro grupo. A espera compensou.

Classificação: 4/5

quinta-feira, 3 de setembro de 2015


Review publicada originalmente no Facebook e no Goodreads.

Não editado em Portugal.


Sinopse:

The story of the love that ended an empire.
In this commanding book, Pulitzer Prize–winning author Robert K. Massie sweeps readers back to the extraordinary world of Imperial Russia to tell the story of the Romanovs’ lives: Nicholas’s political naïveté, Alexandra’s obsession with the corrupt mystic Rasputin, and little Alexis’s brave struggle with hemophilia. Against a lavish backdrop of luxury and intrigue, Massie unfolds a powerful drama of passion and history—the story of a doomed empire and the death-marked royals who watched it crumble.

Opinião:

A minha primeira biografia... e que estreia!

Já tinha uma visão geral, dada pelos livros de História, daquilo que levou à queda da última família Imperial da Rússia (o massacre do Domingo Sangrento, a influência de Rasputine, a 1ªGuerra Mundial, a vida de luxo oposta à fome do povo...) mas, finalizada esta leitura, não há como não concordar que Nicolau II, tendo cometido vários erros como czar, era um bom homem que amava a sua pátria. Não sabia era governar. Noutras circunstâncias o destino da Rússia podia ter sido bem diferente.

"If there had been no Rasputin, there would have been no Lenin", disse Alexander Kerensky, o último primeiro ministro do Governo Provisório constituído após a abdicação do czar. O autor do livro vai mais além: "If this is true, it is also true that if there had been no hemophilia, there would have been no Rasputin. This is not to say that everything that happened in Russia stemmed from the illness of a single boy. It is not to overlook the backwardness of Russian society, the clamor for reform, the strain and battering of a world war and the wrong decisions of the last Tsar. All of these powerfully affected events. But then, as if to ensure a terrible ending, Fate introduced hemophilia and Rasputin. It was a blow from which Nicholas and Imperial Russia could not recover".

O livro ganha muito com o seu tipo de escrita. Não é nada cansativa uma vez que tudo é contado quase como se de uma história se tratasse. As personagens, fiéis à realidade, não são apresentadas como meros peões da História mas como seres humanos, com os seus defeitos, virtudes, sentimentos, motivações e histórias pessoais...

Cabe também destacar o facto de apresentar algumas teorias interessantes relativas aos poderes curativos de Rasputine, o que não impede que ainda exista muito por explicar... Certo é que, não sendo completamente mau, também estava longe de ser santo...

Sem dúvida, um must-read para os interessados pela família Romanov!

Classificação: 4/5

quarta-feira, 2 de setembro de 2015


Lançamento em Portugal: 29 de Setembro.

Título original: Det som inte dödar oss

Sinopse:

Neste thriller carregado de adrenalina, a genial hacker Lisbeth Salander e o jornalista Mikael Blomkvist enfrentam uma nova e perigosa ameaça que os leva mais uma vez a unir as suas forças.
Uma noite, Blomkvist recebe um telefonema de uma fonte confiável declarando ter informação vital para os Estados Unidos. A fonte tinha estado em contacto com uma jovem mulher, uma super-hacker que se parecia com alguém que Blomkvit conhecia bem de mais. As consequências são surpreendentes. Blomkvist, a precisar urgentemente de um furo jornalístico para a Millennium, pede ajuda a Lisbeth, que, como habitualmente, tem a sua agenda própria.
Em "A Rapariga Apanhada na Teia de Aranha", o duo que fez vibrar 80 milhões de leitores com "Os Homens Que Odeiam as Mulheres", "A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina e um Fósforo" e "A Rainha no Palácio das Correntes de Ar" encontra-se de novo num actual e extraordinário thriller.

Opinião:

A curiosidade falou mais alto e, com sentimentos mistos devido à polémica que este quarto volume da saga Millennium traz consigo (o livro não segue os planos que Stieg Larsson tinha antes do seu falecimento prematuro), parti para a sua leitura na edição inglesa. Uma vez finalizada, esses sentimentos mistos ainda estão aí.

Se olhar para ele priorizando o facto de que devia manter o tom e estilo da trilogia original, o livro de facto perde pontos. A história, apesar de ter as suas conspirações, não é tão obscura como estávamos habituados e as personagens, já nossas conhecidas, perderam uma certa profundidade. Nos volumes anteriores tínhamos ficado a conhecer os motivos que originaram a Lisbeth Salander que nos cativou com a sua personalidade singular mas neste livro temos uma Lisbeth mais diluída: o seu feitio, aspecto e talento mantêm-se mas já não surpreendem e, pior ainda, permanece no mesmo lugar interior, escondida, durante grande parte do tempo até que as circunstâncias exijam que saia pela porta fora, sem interagir cara a cara com (quase) ninguém durante esse tempo de reclusão. Aliás, senti falta de ver a dupla Blomkvist e Salander lado a lado e não somente através de mensagens...

No entanto, o autor ganha pontos por ter criado uma história interessante, com temas actuais e com bom ritmo e, sobretudo, por, muito subtilmente, ter trazido à baila e num papel preponderante uma das pontas soltas que Stieg Larsson deixou por resolver no final da sua trilogia original, algo que, sinceramente, já nem sequer recordava (daí talvez o facto de ter sido surpreendido), contribuindo para que este quarto volume possa ser realmente visto como uma sequela e não uma obra completamente independente sem qualquer conexão para além do elenco e o espaço.
Por outro lado, gostei muito do papel que o autor deu a uma certa personagem com a qual criei muita empatia, apesar de ter sido algo que, durante grande parte da leitura, não me convencia totalmente por ter dúvidas quanto à sua autenticidade em casos do mundo real mas que, com um pequeno comentário presente quase no fim do livro e com uma rápida pesquisa no Google dá para ver que não é, de todo, impossível.

Em suma, ainda não sendo um livro fiel ao estilo de Larsson, A Rapariga Apanhada na Teia de Aranha conseguiu igualmente prender-me às suas páginas, reavivou o meu gosto pela série e matou as saudades que tinha da rapariga com o dragão nas costas. Na minha opinião, pode muito bem ser considerada uma boa primeira sequela da trilogia original, mas sem dúvida que dividirá opiniões e não há nada melhor como dar uma oportunidade para que cada leitor tire as suas próprias conclusões. O que é certo é que, polémicas à parte, tendo em vista o final, isto não fica por aqui. Lá estarei eu para ler o próximo.


Classificação: 4/5

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014


Com 86 livros lidos, foi muito difícil escolher apenas 10 para constarem neste meu TOP, mas aqui está o vídeo com as minhas escolhas! :D





terça-feira, 30 de dezembro de 2014


O ano está mesmo, mesmo a terminar e, como já vem sendo hábito no blog, o dia 30 de Dezembro é dia de fazer o TOP dos dez filmes que mais gostei de ver!

Ao contrário de em anos anteriores, em 2014 vi menos filmes do que é habitual... Dos 26 filmes, alguns provêm de anos anteriores e outros revelaram-se, infelizmente, uma desilusão (Lucy, Maze Runner, Guardians of the Galaxy ou mesmo o último da Disney, o Big Hero 6)...
Existem também algumas  estreias deste ano que não tive oportunidade de ver (tais como o Dallas Buyers Club, o Her ou a adaptação dA Culpa é das Estrelas)... Esses terão que passar para 2015...

Mas vamos ao que realmente interessa! Este é o meu TOP10 cinematográfico de 2014! :D



Blue Jasmine
Este filme estreou no ano passado e foi o segundo que vi do Woody Allen, depois do Meia-Noite em Paris, do qual também gostei muito. Há algo nas suas histórias que me atrai, um certo toque pessoal... É um realizador que quero voltar a acompanhar em 2015!





Noé
Estaria a mentir se dissesse que a Emma Watson não contribuiu em nada na minha curiosidade pelo filme, mas a verdade é que a história surpreendeu-me, nomeadamente a sua segunda metade, na qual a sua personagem tem um papel de enorme importância.





Ao Encontro de Mr. Banks
Já conhecia a história por trás da realização do filme da Mary Poppins e dos obstáculos que a autora dos livros impôs quando Walt Disney quis adaptá-los e sei que não foi 100% fiel à realidade. Porém, gostei muito do filme, principalmente do trabalho da Emma Thompson como P.L. Travers.





A Rapariga que Roubava Livros
O livro foi um dos meus favoritos do ano passado e confesso que já não me lembrava de alguns pormenores de modo a poder avaliar o quão fiel estava, mas ainda assim gostei bastante.





O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos
Uma vez que li o livro há muitos anos, não sabia o que esperar desta terceira e última parte da trilogia O Hobbit, mas posso dizer que no geral gostei. Fizeram um grande trabalho com os efeitos especiais e, apesar de grande parte do filme ser apenas uma batalha, valeu a pena vê-lo no cinema.
Ainda assim, finda a trilogia, mantenho a minha opinião de que este livro teria resultado muito, muito melhor caso tivesse sido adaptado em apenas dois filmes...





Maléfica
Este era um dos meus filmes mais aguardados do ano e, embora a história não tenha ido ao encontro das minhas expectativas (esperava algo mais dark), no geral gostei dos restantes aspectos do filme e foi interessante ver a história do ponto de vista da rainha das vilãs da Disney.
Angelina Jolie é, sem dúvida, o ponto alto do filme: está simplesmente fantástica e encarnou a personagem na perfeição!





Cornos
Esta é adaptação do livro de Joe Hill com o mesmo nome que, posso desde já adiantar, é um dos meus favoritos do ano. Apresentou algumas diferenças, mas ainda assim é um filme muito bem conseguido, tendo conseguido representar no ecrã a essência do livro.
Daniel Radcliffe, o nosso eterno Harry Potter, também esteve muito bem!





Interstellar
Christopher Nolan é um dos meus realizadores favoritos... Depois de Inception e da trilogia do Batman, voltou a exceder as minhas expectativas, desta vez com um filme de ficção científica.
Adorei tudo neste filme: o elenco, a fotografia, a história... Vale a pena ser visto no grande ecrã!





A Revolta: Parte 1
Confesso que fui ao cinema quase sem expectativas nenhumas, quase por inércia: apesar de não ter gostado do livro, no fim de contas era um filme do Hunger Games!
Todavia, e para minha grande surpresa, sai da sala super entusiasmado pela segunda parte!
Na minha opinião, e contra todas as expectativas, a divisão resultou muito bem porque permitiu colmatar as falhas do livro e melhorá-lo imenso! Nomeadamente conseguiram adicionar certas cenas fora da perspectiva da Katniss - cenas do presidente Snow e dos outros distritos - realmente interessantes!






Em Parte Incerta
O livro de Gillian Flynn já tinha sido um dos meus preferidos do ano passado por causa desse grande twist na história do qual dificilmente se está à espera e, quando soube que David Fincher tinha sido o escolhido para realizar o filme soube que havia grandes possibilidades dali sair um grande filme... Felizmente, isso acabou por acontecer!
Tudo neste filme é perfeito: o elenco (principalmente a Rosamund Pike como Amy), a banda sonora que condiz com o tom do filme, a edição...
E apesar de inicialmente não ter sido fã do final do livro, em retrospectiva consegui mudar de opinião: outro final teria entrado nos típicos clichés e não causaria qualquer impacto. Enfim, um filme excelente!



São estes então os meus filmes favoritos de 2014! Viram algum destes? Recomendam mais algum? Quais são os vossos favoritos?
Amanhã será a vez das minhas leituras favoritas e assim encerrarei o ano no blog! :)

domingo, 7 de dezembro de 2014


Título original: Die for Me

Sinopse:

Vem a mim. 
A primeira vítima é encontrada num terreno de Filadélfia coberto de neve. O detective Vito consegue a ajuda da arqueóloga Sophie para determinar exactamente o que se encontra por baixo da superfície gelada. Apesar de ter passado anos a procurar objectos enterrados durante séculos, a jovem arqueóloga não está preparada para as sepulturas que encontra, escavadas com uma precisão arrepiante. Os cadáveres das vítimas atormentam-na, mas as sepulturas vazias aterrorizam-na: o assassino ainda não acabou. 

Grita para eu ouvir. 
Ele é frio e calculista, senhor de um jogo maquiavélico. Mesmo com Vito e Sophie no seu encalço, não pára, tem de ocupar outra sepultura vazia e ouvir um último grito: o grito de uma arqueóloga que o enerva e o descontrola...

Opinião:


Classificação: 5/5

terça-feira, 16 de setembro de 2014


Título original: Hypnotisören

Sinopse:

Erik Maria Bark é o mais famoso hipnotista da Suécia. Acusado de falta de ética, e com o casamento à beira do colapso, jurou publicamente nunca mais praticar a hipnose nos seus pacientes e há dez anos que se mantém fiel à sua promessa. Até agora.

Estocolmo. Uma família é brutalmente assassinada e a única testemunha está internada no hospital em estado de choque; Josef Ek, de apenas 15 anos, presenciou o massacre dos seus pais e irmã mais nova, sendo ele próprio encontrado numa poça de sangue, vivo por milagre.
Nessa mesma noite, Erik Maria Bark recebe um telefonema do comissário Joona Linna solicitando os seus serviços: urge descobrir a identidade do assassino e para tal Josef deverá ser hipnotizado. Erik aceita a missão com relutância, longe de imaginar que o que vai encontrar pela frente é um pesadelo capaz de ultrapassar os seus piores receios.


Dias mais tarde, o seu filho de 15 anos, Benjamin, é sequestrado da própria casa. Haverá uma ligação entre estes dois casos? Para salvar a vida de Benjamin, o hipnotista deverá enfrentar os fantasmas do seu passado e mergulhar nas mentes mais sombrias e perversas que jamais poderia imaginar; o que tinha por difuso revela-se abominável, o que tinha por suspeito surge como demoníaco. Para Erik, a contagem regressiva já começou...


Uma leitura compulsiva carregada de suspense. Um mistério caracterizado por estranhos e inesperados contornos.

Opinião:

Estaria a mentir se afirmasse que me prendeu logo no início. Demorei muito tempo a conseguir entrar na história, em parte por causa da escrita: até me habituar, a utilização do tempo presente na narrativa constituiu, neste caso, um grande entrave à fluidez do texto.

Por outro lado, certos diálogos no início passavam-se muito rápido e verificavam-se alterações bruscas do estado emocional das personagens. Em particular não estava a gostar da relação intermitente de Erik e Simone: ora estavam zangados um com o outro (ela chega a dizer ao filho, de repente e fora de contexto, que estão a pensar separar-se!), ora estavam em modo sedução. Aliás, acabei por achar demasiado irrealista certos aspectos da forma como estas personagens agiram a partir de um certo momento-chave no enredo.

Contudo, passado um certo ponto, nomeadamente quando chega a altura do flashback, vi-me imerso no livro e acabou por ser uma boa leitura apesar das falhas.

Este é um livro bastante imprevisível, não só quanto ao desenlace trepidante, mas quanto ao enredo em si, uma vez que a sinopse dá uma ideia errada do conteúdo. Durante o decorrer da história, o leitor sente-se orientado por uma ideia pré-concebida que acaba por não se revelar verdadeira, enganando-o à medida que se vai introduzindo numa outra linha argumental paralela. Na verdade, as sessões de hipnotismo no presente são muito poucas: é no passado que o cerne da questão se encontra. Mais do que usar o hipnotismo para obter respostas, usa o hipnotismo como veículo dos acontecimentos.

Outro aspecto a destacar são as referências a vários elementos da cultura pop actual no intrínseco do caso.

Ainda assim não pretendo ler os restantes volumes da série uma vez que, se por um lado as opiniões gerais não são tão favoráveis, por outro não fiquei o suficientemente interessado em acompanhar novos casos do comissário Joona Linna. Para já ainda tenho que ver o filme.

Classificação: 4/5

segunda-feira, 15 de setembro de 2014


Título original: The Monogram Murders

Sinopse:

Sentado no seu café preferido, Hercule Poirot prepara-se para mais um jantar de quinta-feira quando é surpreendido por uma jovem mulher. Ela chama-se Jennie e diz estar prestes a ser assassinada. Mais insólita do que esta afirmação é a sua súplica para que Poirot não investigue o crime. A sua morte é merecida, afirma Jennie, antes de desaparecer noite dentro, deixando o detective perplexo e ansioso por mais informação.
Perto dali, o elegante Hotel Bloxham é palco de três assassinatos. Os crimes têm várias semelhanças entre si: os três corpos estão dispostos em linha reta com os braços junto ao corpo e as palmas das mãos viradas para baixo. E dentro das bocas das vítimas, encontra-se o mais macabro dos pormenores: um botão de punho com o monograma PIJ.
Poirot junta-se ao seu amigo Catchpool, detetive da Scotland Yard, na investigação deste estranho caso. Serão os crimes do monograma obra do mesmo assassino? E poderão de alguma forma estar relacionados com a fugidia Jennie que, por uma razão indecifrável, não abandona os pensamentos do detetive belga? Hercule Poirot está de regresso num mistério diabólico que vai testar ao limite as suas célebre celulazinhas cinzentas.

Opinião:

Quando foi anunciada a notícia de que o célebre detective belga de Agatha Christie, Hercule Poirot, regressaria com um novo mistério, fiquei algo céptico dada a difícil tarefa. Sophie Hannah, autora de vários romances, também no género policial, foi a escolhida para escrevê-los, contando ainda com a aprovação da família da Rainha do Crime. Felizmente e contra todas as expectativas, penso que fez um bom trabalho e que conseguiu assemelhar bastante o seu estilo de escrita.

Apesar de que o leitor nem sempre parece ter a certeza de que Poirot se encontra bem orientado na resolução do crime, o carácter da personagem em si está bem fiel ao original: a sua personalidade, a sua forma de pensar, o seu método de investigação, até mesmo as ocasionais reprimendas quando mais ninguém utiliza as "celulazinhas cinzentas"...

O próprio modo de execução do crime não foi totalmente previsível e foi até algo surpreendente, embora se adivinhasse que uma certa personagem devia ter um papel no mistério. No entanto, a forma como foi estendido prejudicou a explicação do caso, tornando-o algo confusa, e é aqui que o livro acaba por ser mais prejudicado.

Outro aspecto importante a referir é a personagem que a autora criou para desempenhar o papel que costumava ser de Hastings (ausente neste livro): Catchpool, um polícia da Scotland Yard, narrador desta história e que tem um papel bastante activo na resolução do caso. É óbvio que está longe de ter a mente brilhante de Poirot (nem era isso que se pretendia), mas ainda assim não constitui somente um mero personagem secundário, dado que em alguns capítulos é o responsável pela recolha de informação fundamental.

Os Crimes do Monograma não está à altura das melhoras obras de Agatha Christie, tais como As Dez Figuras Negras ou Crime no Expresso do Oriente. Está sim, a meu ver, ao nível da maioria dos seus livros, o que já é bastante bom.

Classificação: 4/5

Opinião em vídeo:



domingo, 14 de setembro de 2014


Título original: Before I Go To Sleep

Sinopse:

«Durante o sono, a minha mente apagará tudo o que fiz hoje. Amanhã acordarei como acordei hoje de manhã. A pensar que ainda sou uma criança. A pensar que tenho toda uma vida de escolhas pela frente…»
As memórias definem-nos. O que acontece se perdemos as nossas memórias cada vez que adormecermos? O nosso nome, a nossa identidade, o nosso passado, até mesmo as pessoas de quem gostamos - tudo perdido numa noite. E a única pessoa em quem confiamos poderá estar a contar-nos apenas metade da história. Bem-vindos à vida de Christine.

Opinião:

Se não fosse pela divisão deste livro a metade por causa da leitura conjunta, tê-lo-ia lido quase sem parar. A premissa é deveras interessante: de cada vez que Christine abre os olhos de manhã é como se voltasse a acordar de um coma profundo, sem saber quem é, onde está ou sem reconhecer o homem junto ao qual acorda. Não possui quaisquer memórias e somente a leitura do seu diário vai juntando as peças desse puzzle que é o seu passado.
Aliás, a maior parte do livro é narrado pela protagonista como se do próprio diário se tratasse, tendo uma escrita fluída que nos faz querer virar as páginas. Facilmente conseguimos pôr-nos no lugar dela, apesar de ser, dada as circunstâncias, uma narradora não fiável. O facto de um certo aspecto do final ter sido  deixado intencionalmente em aberto foi algo que me agradou igualmente, uma vez que assenta com o tom da obra.

Todavia, vários factores prejudicaram gravemente o meu parecer do livro.
Se por um lado a minha classificação inicial pairava nas quatro estrelas devido a achar que o ritmo da acção tinha-se tornado, a partir de certa altura, algo monótono e porque a grande revelação final fora bastante previsível (coincidia com uma das minhas teorias criadas logo ao início da leitura), por outro decidi descê-la para três estrelas após alguma reflexão. É que existem alguns aspectos na explicação final que dificilmente poderiam aplicar-se na realidade de forma tão simples... Por outro lado, existe uma certa personagem cujo papel podia ter sido muito melhor aproveitado, dada a importância que aparenta ter ao início.

Ainda assim, Antes de Adormecer está longe de ser uma má leitura e pretendo ver a adaptação cinematográfica que está para ser lançada, com Nicole Kidman e Colin Firth nos papéis principais. Apenas não é, a meu ver, um thriller tão memorável como estava à espera.

Classificação: 3/5

sexta-feira, 29 de agosto de 2014


Título original: El Tiempo Entre Costuras

Sinopse:

«O Tempo entre Costuras» é a história de Sira Quiroga, uma jovem modista empurrada pelo destino para um arriscado compromisso; sem aviso, os pespontos e alinhavos do seu ofício convertem-se na fachada para missões obscuras que a enleiam num mundo de glamour e paixões, riqueza e miséria mas também de vitórias e derrotas, de conspirações históricas e políticas, de espias.
Um romance de ritmo imparável, costurado de encontros e desencontros, que nos transporta, em descrições fiéis, pelos cenários de uma Madrid pró-Alemanha, dos enclaves de Tânger e Tetuán e de uma Lisboa cosmopolita repleta de oportunistas e refugiados sem rumo.

Opinião:

Sabem aqueles livros que vêm parar a casa através de amigos ou familiares mas que, se de vocês dependesse, muito possivelmente nem pegavam nele porque não parecia interessar? Foi isso que aconteceu com este livro. A capa e o título deram-me uma impressão errada do conteúdo: pensava que iria deparar-me com muito romance... Porém, ao invés disso, encontrei-o em pequenas doses no meio de uma enorme rede de espionagem e ficção histórica, algo que me agradou bastante, visto não ser particularmente fã do género romântico...

Ambientada durante a Guerra Civil espanhola e a Segunda Guerra Mundial, neste livro acompanhamos uma jovem modista espanhola chamada Sira Quiroga que, após uma grande desilusão amorosa, vê-se sozinha e abandonada em Marrocos e onde, para sobreviver, é obrigada a abrir uma oficina de costura. No entanto, a seu devido tempo irá fazer do seu ofício um disfarce para algo maior e que pode pôr a sua vida em risco: tornar-se-á uma espiã, de modo a recolher informações da sua clientela que possam ser úteis à causa.

Indubitavelmente nota-se um claro crescimento da protagonista, passando de ser uma jovem inocente a uma mulher independente, forte e destemida É muito fácil simpatizarmos com ela, apesar de algumas decisões tomadas. Achei também muito original a forma como transmite as informações confidenciais.

Há também espaço para o aparecimento de várias personagens interessantes, algumas das quais existiram de facto. Entre elas encontram-se Juan Luis Beigbeder e Rosalinda Fox, recorrentes ao longo do livro e com um papel imprescindível no enredo.

Por outro lado, o estilo de escrita da autora é muito fluído. Prende o leitor e imerge-o perfeitamente na história. As descrições dos locais, que não se limitam a apenas uma cidade (EDIT: também passa por Madrid e Lisboa), e a forma de falar das personagens são extremamente fiéis à época e ao meio em que se encontram, algo muito bem conseguido e um dos aspectos mais positivos do livro.

Todavia, este é prejudicado pela casualidade de certos acontecimentos. Se bem que não chega a ser previsível, houve uma parte, por exemplo, que pareceu demasiado forçada, reunindo duas personagens aparentemente distantes no mesmo local e na mesma altura.

Dito isto, resta-me agradecer ao Nuno Chaves (do blog Página a Página) por recomendar-mo pessoalmente e avisar que já existe uma adaptação televisiva em mini-série, cujo trailer deixo em baixo, caso estejam interessados.

Classificação: 4/5

terça-feira, 19 de agosto de 2014


Título original: Extremely Loud and Incredibly Close

Sinopse:

Oskar Schell tem nove anos e é inventor, francófilo, tocador de tamborim, ator shakesperiano, joalheiro, pacifista. Além disso, está a empreender uma busca urgente e secreta através das cinco zonas de Nova Iorque a fim de encontrar a fechadura onde entra uma chave misteriosa que pertencera ao pai, morto no atentado contra o World Trade Center. Oskar, uma inspirada criação do autor, é encantador, exasperante e inesquecível.

Opinião:

Ao contrário da opinião geral e à semelhança da maioria das pessoas com as quais o li, não gostei deste livro.

Para começar, a primeira coisa que salta à vista é a formatação do texto e a utilização de imagens como suporte à história. A priori isto teria sido uma mais valia mas a má execução impediu que assim fosse.
Se bem que a disposição do texto visava transmitir ao leitor qual o ponto de vista que pertencia a cada capítulo, não basta dispo-lo apenas de forma corrida para marcar a diferença. Aliás, durante a leitura pensei várias vezes em qual seria o motivo para, por exemplo, gostar do texto corrido de Saramago e não conseguir gostar deste... Acabei por chegar à conclusão que Saramago consegue associar ao estilo uma cadência que o torna quase poético sem ser confuso.
Já em relação às imagens, na maior parte das vezes não acrescentavam muito mais do que as palavras, dando quase que a sensação de que estavam lá sem qualquer propósito, pelo simples facto de estar.

Em relação às personagens, a verdade é que nenhuma foi especialmente marcante, apesar de sentir alguma empatia com Oskar e com o pai nas alturas em que recordava os momentos que tinham passado juntos. No entanto, ainda que a sua personalidade algo irreal (que criança de nove anos fala/pensa assim?) não tenha constituído para mim um grande obstáculo à leitura, algumas atitudes injustificadas perante a mãe incomodaram-me bastante.
Por outro lado, parece que o autor decidiu matar o pai nos atentados do 11 de Setembro, e não em diferentes circunstâncias, sem um propósito real para o enredo dada a pouca (ou nula) influência que esses eventos em específico acabaram por ter.

Todavia, o pior defeito desta história encontra-se no desfecho do mistério da chave. "O que importa é a viagem, não o destino", mas, verdade seja dita, não é assim que, a meu ver, o livro é vendido pela premissa, ainda por cima se essa viagem for, como é o caso, demasiado longa e cansativa.

Existe algum momento que me tenha marcado? Existe: o último par de páginas, uma reflexão descrita de tal forma que dá um excelente ponto final a este livro não tão bom e onde, excepcionalmente, as imagens são usadas de forma perfeita. Mas é só.

Resumindo: extremamente expectante, incrivelmente desapontado.

Classificação: 2/5

sábado, 16 de agosto de 2014


Título original: Lord of the Flies

Sinopse:

Um avião despenha-se numa ilha deserta, e os únicos sobreviventes são um grupo de rapazes. Inicialmente, desfrutando da liberdade total e festejando a ausência de adultos, unem forças, cooperando na procura de alimentos, na construção de abrigos e na manutenção de sinais de fogo.
Porém, à medida que o frágil sentido de ordem dos jovens começa a fraquejar, também os seus medos começam a tomar sinistras e primitivas formas. De repente, o mundo dos jogos, dos trabalhos de casa e dos livros de aventuras perde-se no tempo. Agora, os rapazes confrontam-se com uma realidade muito mais urgente - a sobrevivência - e com o aparecimento de um ser terrível que lhes assombra os sonhos.

Opinião:

Não sei exactamente em que livro li este Deus das Moscas a ser mencionado pela primeira vez mas sei que foi o suficiente para adicioná-lo à minha wishlist. Um grupo de crianças que, após um acidente de avião, têm que viver sozinhos numa ilha e que vão revelando aos poucos instintos cruéis de sobrevivência? Despertou o meu interesse. Por estranho que pareça, a partir desse momento vi-o a ser mencionado igualmente (ou pelo menos prestei mais atenção) em muitos outros meios - não só livros, mas também filmes e séries.

Dito isto, entrei na leitura desta obra com as expectativas elevadas mas cedo apercebi-me que estas não correspondiam ao que estava à espera.

A história em si tem um ritmo bastante lento e monótono. Só nos últimos capítulos é que houve algo de diferente: aquele ponto no enredo que marca o livro e a partir do qual me comecei a interessar mais. As personagens também não foram especialmente marcantes.

No entanto, tal como em 1984 ou Admirável Mundo Novo, o valor dO Deus das Moscas incide na mensagem que pretende transmitir, apesar de não ser tão transparente. De facto, cada personagem (ou até certos objectos) pode ser interpretada como uma alegoria, embora algumas não sejam tão fáceis de identificar. Neste caso vale realmente a pena, uma vez terminada a leitura, dar uma vista de olhos às múltiplas análises do livro disponíveis pela Internet fora pois estas oferecem ao leitor uma compreensão mais profunda sobre o mesmo. Irão ver O Deus das Moscas com outros olhos.

Classificação: 3/5

sábado, 9 de agosto de 2014


Não editado em Portugal.

Sinopse:

The monster showed up after midnight. As they do.
But it isn't the monster Conor's been expecting. He's been expecting the one from his nightmare, the one he's had nearly every night since his mother started her treatments, the one with the darkness and the wind and the screaming...
This monster is something different, though. Something ancient, something wild. And it wants the most dangerous thing of all from Conor.
It wants the truth.

Opinião:

Se existe um assunto sobre o qual é complicado escrever um bom livro para os mais jovens deve ser a morte dos nossos entes mais queridos. É um tema muito delicado e acho que é fácil cair nos extremos da irrealidade ou da depressão. Felizmente, Patrick Ness (e Siobhan Dowd, de quem partiu a ideia original antes do seu falecimento) conseguiu medir as doses certas, tornando A Monster Calls numa obra profundamente tocante e memorável para quem o lê, incluindo adultos.

Conor é um rapazinho de 13 anos cuja mãe tem uma doença terminal que começa a ser visitado por um monstro todas as noites à mesma hora. Ele irá contar-lhe três histórias, três histórias que acabarão por mostrar a Conor qual é a verdade que traz no seu ínfimo, uma verdade que o Monstro exige ouvir no final.

Com uma escrita inocente e cativante (e acompanhado na edição ilustrada por belíssimos pedaços de arte a preto e branco desenhados por Jim Kay), cada uma destas histórias estão repletas de simbolismo. A terceira, em particular, é aquela que penso que causa um maior impacto, uma vez que transmite uma lição acerca de uma face mais "invisível" de um determinado problema social. Contudo, é a tal verdade que, quando expressa por palavras, demonstra o verdadeiro cerne deste livro.

Este não é um livro para levantar o ânimo nem pretende sê-lo. Simplesmente pretende expor o quão distintas podem ser as formas que o ser humano tem para lidar com a dor e o medo de perder alguém próximo. Pretende indagar nos sentimentos mais íntimos (muitas vezes contraditórios, indesejados e escondidos), que aqueles que se encontram perto de vítimas de doenças terminais sentem com frequência. Pretende ser uma obra de ficção profundamente fiel à realidade utilizando o pincel que é a imaginação.

Classificação: 5/5


quinta-feira, 10 de julho de 2014


Não editado em Portugal.

Sinopse:

When novelist Owen Quine goes missing, his wife calls in private detective Cormoran Strike. At first, Mrs. Quine just thinks her husband has gone off by himself for a few days--as he has done before--and she wants Strike to find him and bring him home. But as Strike investigates, it becomes clear that there is more to Quine's disappearance than his wife realizes. The novelist has just completed a manuscript featuring poisonous pen-portraits of almost everyone he knows. If the novel were to be published, it would ruin lives--meaning that there are a lot of people who might want him silenced.
When Quine is found brutally murdered under bizarre circumstances, it becomes a race against time to understand the motivation of a ruthless killer, a killer unlike any Strike has encountered before...
A compulsively readable crime novel with twists at every turn, THE SILKWORM is the second in the highly acclaimed series featuring Cormoran Strike and his determined young assistant, Robin Ellacott.

Opinião:

Após a fantástica surpresa que foi Quando o Cuco Chama (The Cuckoo's Calling), o volume de estreia nesta nova série de policiais escrita pela J.K. Rowling sob o pseudónimo de Robert Galbraith, aguardava ansiosamente o lançamento deste segundo livro. De facto não desiludiu, mas sinto que faltou qualquer coisa, um factor revelação, daí não ter conseguido dar as cinco estrelas (embora se encontre lá perto)... Passo a explicar:

Um dos aspectos que mais surpreendeu no volume anterior foi o leque de personagens, nomeadamente o detective Cormoran Strike e a sua assistente Robin. Quem leu Harry Potter sabe que a autora tem uma capacidade única de criar personagens singulares e complexas e isto é algo que soube transpor para esta nova série, marcando assim uma grande diferença dentro do que é habitual nos policiais que são lançados hoje em dia. Se bem que isto se mantém brilhantemente em The Silkworm, ao ser o segundo volume este factor perdeu algum peso na minha classificação por já não ter sido o tal "factor revelação"...

Por outro lado, este caso foi mais interessante do que o primeiro, até porque gira à volta de um livro e do seu autor. Associado a um certo toque de macabro, desta vez nenhuma das minhas várias suspeitas foram acertadas (apesar de haver momentos que assim o sugeriam), mas no final a explicação não deixa quaisquer pontas soltas (uma correcção em relação ao anterior) e, em retrospectiva, verificamos que todas as pistas estavam lá, incluindo certos detalhes camuflados na caracterização do culpado. O próprio desenvolvimento do caso foi sendo realizado a um bom ritmo, com o levantamento de muitas questões e as respectivas respostas dos suspeitos, bem à maneira dos policiais da Agatha Christie.

É verdade que a falta de acção poder-se-ia tornar aborrecida, mas o desenvolvimento em paralelo de uma linha do enredo relacionada com os desafios na vida pessoal de Robin e Cormoran impede que isso aconteça e será, com certeza, algo que continuaremos a acompanhar nos seguintes livros da série.

De notar que não é estritamente necessário ter lido o primeiro volume antes de ler o segundo, apesar de ser obviamente aconselhável. Pondo de parte os efeitos pessoais reminiscentes de Quando o Cuco Chama, os comentários que existem e que fazem referência ao primeiro caso não revelam quaisquer detalhes da sua resolução.

Mais uma vez, J.K. Rowling demonstra que sabe escrever (e bem) muito além de Harry Potter e para o público adulto. Se gostam dos policiais clássicos e ainda não começaram a ler esta série, do que é que estão à espera?

Classificação: 4/5

quarta-feira, 9 de julho de 2014


Título original: The Final Empire

Sinopse:

Num mundo onde as cinzas caem do céu e as brumas dominam a noite, o povo dos Skaa vive escravizado e na absoluta miséria. Durante mais de mil anos, o Senhor Soberano governou com um poder divino inquestionável e pela força do terror. Mas quando a esperança parecia perdida, um sobrevivente de nome Kelsier escapa do mais terrível cativeiro graças à estranha magia dos metais - a Alomancia - que o transforma num "nascido nas brumas", alguém capaz de invocar o poder de todos os metais. Kelsier foi outrora um famoso ladrão e um líder carismático no submundo. A experiência agonizante que atravessou tornou-o obcecado em derrubar o Senhor Soberano com um plano audacioso. Após reunir um grupo de elite, é então que descobre Vin, uma órfã skaa com talento para a magia dos metais e que vive nas ruas. Perante os incríveis poderes latentes de Vin, Kelsier começa a acreditar que talvez consiga cumprir os seus sonhos de transformar para sempre o Império Final…

Opinião:

Mais uma vez este é um livro (primeiro de uma série) com muito hype à mistura e amada e aclamada pelos fãs da Fantasia. Quando a Saída de Emergência anunciou que ia ser publicada adicionei-a logo à minha lista de compras, regressando a um género do qual ultimamente me tinha afastado... É caso para dizer que a leitura valeu a pena.

Para começar, a primeira coisa que salta logo à vista e que penso que o diferencia de muitas outras histórias no género é a Alomancia. Numa sociedade dividida em nobres e skaas (semelhantes a escravos), existem indivíduos com a capacidade de utilizar certos metais para fins específicos, na medida em que cada um deles é o combustível para executar certos poderes. Por exemplo, o latão permite acalmar as emoções, mas o zinco faz o contrário. É deveras um sistema bastante interessante, até porque este tipo de magia acaba por torna-la limitada, uma vez que os próprios metais são um recurso limitado.

Por outro lado temos as personagens. Além das várias personagens secundárias (que não deixam de receber suficiente atenção e que são igualmente interessantes), é impossível não sermos cativados pelos nossos protagonistas. Kelsier é a personificação do que um bom líder deve ser, quer nos bons, quer nos maus momentos, e Vin, que começa por ser uma inocente aprendiz, vai evoluindo para uma pessoa determinada e corajosa.

Porém, devo dizer que, para mim, aquilo que não tornou este livro um livro cinco estrelas foi o ritmo na parte intermédia. Com mais de 600 páginas, reconheço que tive alguma dificuldade em avançar na leitura nalgumas partes do meio, dada a falta de acção e o pouco desenvolvimento no argumento. Penso que essa parte podia ter sido condensada de melhor forma. Contudo, tanto o início como o final do livro são bastante fortes.

Não excedeu as expectativas, mas mesmo assim fiquei bastante curioso em saber o que acontecerá a seguir, pelo que é uma série a continuar. Se gostam do género, é um livro que recomendo sem reservas!

Classificação: 4/5

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