Partir para a leitura de calhamaços não costuma ser uma decisão tomada de ânimo leve. No geral não são leituras rápidas: acompanham-nos durante mais tempo, por vezes semanas ou meses, dependendo do ritmo de leitura e do quanto estejamos a gostar da obra em questão... Se o tal livro for um clássico, ainda ficamos mais de pé atrás e é assim que vão ficando nas estantes, a ganhar pó, à espera do momento certo.
E acho que esse momento chegou.
Iniciei o ano com muita vontade de ler clássicos, com uma sensação de coragem para enfrentar os gigantes que tenho na estante, pelo que, como se costuma dizer, agarrei o touro pelos cornos e, logo no dia 1 de Janeiro, iniciei Dom Quixote, aquele livro que durante anos considerei o maior desafio da minha TBR e que sempre achei que só fosse ler num futuro longínquo... Já o terminei e a verdade é que acabei por gostar bastante: não foi assim tão mais complicado do que outros clássicos, embora reconheça que o audiobook tenha dado uma grande ajuda pois enriqueceu a experiência ao dar vozes reais às personagens, com as suas maneiras de falar próprias e dotadas de certa personalidade.
Findo Dom Quixote, a sede pelos clássicos não desapareceu. Muito pelo contrário: cresceu e quer ser saciada. É por isso que quero aproveitar o momentum e, desta forma, separei mais três grandes clássicos para serem lidos em cada um dos próximos três trimestres de 2016, embora as datas possam sofrer alterações:
Tudo o que tenha a ver com a Rússia chama automaticamente a minha atenção e isso inclui a sua literatura e, em particular, a obra de Tolstoi. Dele já li, há alguns anos, Anna Karenina (um dos meus clássicos favoritos) e, no fim do ano passado, A Morte de Ivan Ilitch. Guerra e Paz, um dos que veio parar a casa no Natal, era o próximo que tinha em mente, por uma parte motivado pela nova adaptação televisiva da BBC e por outra pelo projecto Lendo Guerra e Paz que está a decorrer no canal da Tatiana Feltrin, uma booktuber brasileira que acredito que já conheçam...
Todos os anos aguardo pelas férias de Verão para o ler e todos os anos terminam com o livro intacto... Sinto-me intimidado pela minha edição, oriunda dos tempos de juventude do meu pai, que tem a fonte de letra minúscula mas... adoro o musical (quer o original, quer o filme), logo o livro deve ser igualmente bom, se não melhor! Ora, deste ano não passa!
A minha primeira (e única) experiência com Jane Austen foi Emma e não correu muito bem. Desde então Orgulho e Preconceito tem sido vindo a ser adiado, apesar de muitas pessoas já me terem dito que é muito melhor do que Emma. Este Natal recebi uma edição ilustrada portanto já não há volta a dar: será que em 2016 faço as pazes com aquela que é um dos expoentes máximos da literatura inglesa?
Será este, portanto, o meu desafio literário para este ano. Tudo isto aliado, claro, a outras leituras mais leves (ou não...) que, de certeza, irão incluir outros clássicos.
Os vossos planos de leituras para este ano também incluem alguns destes clássicos ou outros calhamaços?