terça-feira, 21 de janeiro de 2014


Título original: Enchantments

Sinopse:

No primeiro dia de 1917, ano de todas as mudanças na Rússia, o corpo de Rasputine é resgatado das águas geladas do Neva, em São Petersburgo. Horas mais tarde, as duas filhas do Monge Louco são levadas para o palácio e acolhidas pela família imperial, pois a czarina espera que Masha, a mais velha, consiga salvar o filho Alyosha, o enfermiço herdeiro do trono. Masha não tem o misticismo magnético do pai, mas descobre o dom encantatório das suas histórias. E é com elas que, sempre entre a vida e a morte, os dois adolescentes conhecerão o amor e um país imenso, a Rússia, que Alyosha nunca chegará a governar.
Inspirando-se na vida aventureira da filha de Rasputine, Xerazade russa que viria a ser domadora de leões na América, Kathryn Harrison retrata uma era em que a História se impacienta e o mundo mudaria, com a Revolução Bolchevique e o fim da lendária dinastia dos Romanov.

Opinião:

O meu fascínio pela Rússia e, sobretudo, pelos últimos Romanov começou quando ainda era muito novo, na tenra idade dos cinco/seis anos, quando descobri que "Anastasia", o filme da Fox Animation Studios que eu adorava, estava baseado ao de leve em acontecimentos verídicos, acontecimentos esses que, ao contrário do filme, não tiveram um final feliz. Em particular, Grigory Rasputine atraia-me imenso: toda aquela aura mística, da sua capacidade de curar Alexei e do mistério à volta do seu assassínio, já para não falar do seu aspecto que, verdade seja dita, ainda hoje me causa alguns arrepios, com aquela densa barba negra sob esses olhos capazes de penetrar a mente...
Desde então tenho tentado ler tudo o que posso acerca deste tema e, dado que, infelizmente, não existem muitos livros no mercado nacional sobre ele (seja de ficção ou não), este não podia ser diferente. 
Dito isto, como posso descrever a minha frustração com esta suposta obra de Encantamentos?

Em primeiro lugar, detestei profundamente, não só o comportamento sexual que a autora atribuiu ao pequeno czarevich, mas que esse fosse um dos temas centrais do livro. Compreendo que, com 14 anos, estivesse na puberdade. Porém, que eu tenha conhecimento, não existem quaisquer registos históricos que indiquem que estivesse tão obcecado em perder a virgindade a ponto de tentar entrar em "jogos manuais" (à falta de melhor termo, desculpem) com Masha, quatro anos mais velha, com 18! A própria química sexual entre estas duas personagens pareceu-me bastante forçada.

Outro aspecto negativo é a ausência de uma organização temporal na narrativa bem definida, o que acabou por dar-me a impressão de que não existe um argumento, com princípio, meio e fim, mas sim um conjunto de relatos apresentados por ordem quase aleatória.

Felizmente nem tudo foi mau (daí a minha pontuação não ser ainda mais baixa): são os excertos que falam sobre a relação entre Nicolau e Alexandra, sobre Rasputine e sobre a vida de Masha fora da Rússia que redimiram o livro de não ir parar projectado ao outro lado da sala.

Classificação: 2/5

8 comentários:

  1. Olá José,

    Portanto mesmo sendo um livro com uma capa bonita e uma sinopse que indicia um bom livro, não vale o dinheiro investido.

    Abraço e que a próxima leitura seja melhor :)

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    1. Nem mais! A sinopse engana muito!
      Espero bem que sim... Dos 6 livros que já li este ano, dois foram maus :(

      Abraço!

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  2. Que críticas más buenas José. Has salido a tu madre jejeje.
    Besos my son!

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  3. Fiquei muito triste que não tenhas gostado. Sei o que o quanto aprecias a Rússia e os Romanov. É um livro com uma capa atractiva e é uma pena.
    Eu quero voltar à Rússia depois do Zhivago que estou a ler. Estou a pensar ler o Miguel Strogoff de Júlio Verne.

    Beijinho*

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    1. Pois, é uma pena :(

      Graças ao teu conselho, o Zhivago já estava na minha wishlist :)
      Não conhecia essa obra do Júlio Verne... Na verdade tenho de ver se dou uma nova oportunidade aos seus livros, uma vez que não gostei muito do seu tipo de escrita em Viagem ao Centro da Terra...

      Recomendo-te os livros do Robert Alexander, principalmente o The Kitchen Boy. Dentro do que está publicado em Portugal e do que já li, é o meu autor favorito em relação aos Romanov :)

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    2. Eu já tenho o Kitchen Boy na minha listinha. Estou a ter algumas dificuldades em encontrá-lo. Mas penso que na feira ou em Lisboa será mais fácil.

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  4. É uma pena que não tenhas gostado... A sinopse parecia tentadora.

    Eu tenho o livro Rasputine, de Henri Troyat. Ainda não li, mas se não tiveres posso-te emprestar ;)

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    1. Obrigado, mas a sua fotografia é algo que me arrepia de cada vez que o vejo... E penso que no interior tem mais além da capa xD

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