Contém SPOILERS!
No passado dia 18 de Novembro chegou por fim o momento que há tanto tempo estava marcado no meu calendário (imaginam portanto o meu estado de espírito nessa manhã, na faculdade...), e, após três visualizações no grande ecrã, o penúltimo filme da saga, "Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 1", revelou-se cada vez melhor, chegando a um patamar que, como fã, toca a excelência.
Obviamente, a decisão de dividir o livro em dois foi completamente acertada: não nego que o bolso da Warner Brothers não tenha tido influência, mas era um bem necessário para ser possível adaptá-lo fielmente.
Esta primeira parte, que representa o início do fim, salta logo à vista pela diferença em relação aos anteriores: o conforto e a segurança de Hogwarts já não existe, transpondo o trio para o mundo exterior, cheio de perigos e sem ninguém com quem contar. Aliás, não temos sequer qualquer relance do castelo ao longo das duas horas e meia que demora o filme!
No que se refere ao elenco juvenil, todos eles têm evoluído nas suas actuações mas, uma vez mais, o grande destaque vai, sem margem de dúvidas, para a Emma Watson (Hermione). Se em "Harry Potter e o Príncipe Misterioso" tinha mostrado bem os seus sentimentos e emoções, neste atinge um trabalho realmente notável, desde a tristeza pelo sacrifício que a sua personagem é forçada a fazer (apagando as memórias dos seus pais) e pelo abandono temporário do Ron (interpretado por Rupert Grint) até à cena de tortura nas mãos da Bellatrix (interpretada pela Helena Bonham Carter), na qual os seus gritos de desespero fizeram arrepiar cada um dos espectadores dentro da sala.
Por outro lado, Rupert Grint demonstrou que, não só domina o lado da comédia, como também sabe interpretar papéis mais sérios (no caso da briga com o Harry, a metade do filme).
Já no elenco adulto, aqueles que mais se fazem notar são Ralph Fiennes (como o temível Lorde Voldemort), Helena Bonham Carter e Alan Rickman (Snape). Infelizmente, Billy Nighy foi, para mim, uma completa desilusão: sendo o actor que é, com tal currículo, esperava muito mais dele, tendo-me apercebido de um Rufus Scrimgeour demasiado vacilante, sem a confiança que reflecte no livro...
Quanto às minhas cenas favoritas, são as seguintes:
- Obliviate:
Como já referi, a actuação da Emma aqui é realmente tocante e, em companhia dessa melodia de fundo, torna-se uma cena excepcional, dando-nos a sensação de que a saga está prestes a atingir o seu culminar.
- A Ascensão do Senhor das Trevas:
A reunião dos Devoradores da Morte (incluindo o Snape) com o Senhor das Trevas na Mansão dos Malfoy atinge aqui um elevadíssimo grau de fidelidade com a obra original, com diálogos extremamente semelhantes. Fiennes está simplesmente genial, inspirando o terror da sua personagem por todos aqueles que estão presentes na sala.
- Os 7 Potters:
Com alguns toques de comédia à mistura (durante a parte em que bebem a Poção Polissuco), a batalha frenética nos ceús e estradas de Inglaterra apanha o espectador envolvido numa perseguição que culmina com a fúria electrizante de Voldemort e com a morte da Hedwig, um dos pontos que, pessoalmente, penso que ficou melhor do que no livro, dado que aqui apresentou-se muito mais significativa, não tendo sido morta por mero acidente dentro da sua gaiola, mas enquanto defendia Harry.
- Kreacher e o Medalhão:
Admito que teria gostado de ver contada a história de R.A.B. por Kreacher, tal como no livro, mas também não desgostei do que vi.
- Infiltração no Ministério da Magia:
Esta é uma das cenas que mais me impressionou, talvez por não ter sido daquelas que mais aguardava. Tanto a banda sonora como o notável trabalho dos três actores que interpretou o trio disfarçado, que sem dúvida deve ter sido árduo pois decerto não é fácil imitar à perfeição os gestos e o modo de se movimentar das outras pessoas... Por outro lado, foi muito interessante matar saudades da Umbridge e vê-la com mais poder! O Yaxley foi igualmente uma grande surpresa, com esses violentos movimentos de varinha!
- Dança do Harry e da Hermione:
Sem dúvida, uma das minhas preferidas. Apesar de não constar no livro, esta consiste numa tentativa por parte de Harry de alegrar a sua amiga, que se encontra muito abalada pela partida do Ron... É de notar a química entre ambas as personagens, que dá a sensação de que poderia ter acontecido alguma coisa entre eles, mas, como sabem, só são amigos e o coração de cada um pertence a outra pessoa...
- Godric's Hollows:
Embora tenha gostado, adoraria que tivesse sido um bocado mais longa e tivessemos visto o Voldemort a chegar... Gostei muito do ar misterioso que a Bathilda transmitia e, ainda mais, do facto de terem mostrado, pelo menos, a antiga casa dos Potter, assim como o cemitério.
- Destruição do Medalhão:
Essa "massa" negra a sair do medalhão lembrou-me bastante à massa extaterrestre do "Homem-Aranha 3" (aquela que depois faz parte do Venom) xD Ora, se há uma cena sensual neste filme, claramente é esta, devido à visão falsa do beijo apaixonado entre Harry e Hermione, em tronco nu.
- O Conto dos Três Irmãos:
Já sabiamos que ia ser contado através de uma animação, mas mesmo assim apanhou-me completamente de surpresa. Superou as minhas expectativas.
- Mansão dos Malfoy:
Como já referi no início, a tortura que a Bellatrix realiza na pobre Hermione colocou-nos a todos numa posição algo desconfortável, tais os gritos que ouvimos e as lágrimas...
- Dobby:
Em todas as cenas que ele aparece não podemos evitar que nos coloque um sorriso na cara ("Dobby didn't mean to kill. Dobby only meant to maim or seriously injure"), a não ser, claro está, no fim, onde presenciamos a morte desta querida personagem. A muitos de nós terá aparecido uma lágrima no canto do olho, não neguem...
- Posse da Varinha de Sabugeiro:
A maior parte já tinha sido vista e revista nos trailers, mas de qualquer modo esta foi das cenas mais impactantes do filme, tendo estado aliada com uma faixa sonora muito adequada. Não consigo pensar num final melhor para a primeira parte!
Relativamente à banda sonora e à fotografia (cujo responsável é o português Eduardo Serra), considero que se encontram ambas ao mesmo nível das do sexto filme, o que, por si só, é bastante bom.
Concluindo, "Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 1" é o filme que os fãs tanto desejavam: a fidelidade ao livro atinge um patamar até então inédito, fruto da divisão em dois, que, em reunião com os excelentes aspectos técnicos, fazem desta aventura o começo perfeito para o culminar desta saga que perdurou durante toda uma década nos corações de milhares de pessoas no nosso planeta.
Nota: 9/10
És mesmo viciado em Harry Potter :)
ResponderEliminarEu só não vi esse filme e adorava ter ido ao cinema ver :c